O ensaio apresenta um estudo da poesia de Cristiane Sobral e Bianca Chioma, cujos textos criam um contra-discurso que revela e confronta os imperativos sociais, jurídicos e culturais relacionados à maternidade. As obras operam uma dupla subversão: além de transgredir questões de forma, tratam de um tema tabu em sociedades marcadas pela herança colonial da tradição judaico-cristã. Os poemas são reveladores na medida em que também apontam que a imposição da maternidade está interligada à criminalização do aborto, questões que são problematizadas uma vez que operam de forma necessariamente vinculada aos fatores de raça e classe.