Diante da avalanche de imagens que estão sendo disparadas hoje dos ambientes digitais, onde a lógica dos algoritmos segue favorecendo a visibilidade fetichista dos meios de comunicação, o artigo objetiva assinalar a continuação da sociedade de consumo na era das redes sociais. Nesse sentido, a questão que formula é sobre as chances de um imaginário das imagens na ultracontemporaneidade. Trata-se de uma retomada crítica do entendimento do impacto das imagens no quadro de uma pós-história dominada pelos novos aparatos tecnológicos, a serem aqui principalmente tomados da perspectiva de um pensador da perda da experiência pós-moderna como Vilém Flusser. Tal incursão demanda não apenas uma revisão bibliográfica da obra do autor, mas a mobilização das inovadoras reflexões de Didi-Huberman, em sua revisita à iconologia de Aby Warburg. Neste novo paradigma, as imagens podem dotar-se de papel fundamental no curso da experiência histórica do homem semiótico, sendo-lhes concedida inclusive a virtude de encerrar em si o páthos da cultura. Por oportuno, será trazida à discussão a poética da montagem no cinema de Jean-Luc Godard.