Fatores de risco para falência do transplante ortotópico de fígado com doador cadáver foram investigados em estudo longitudinal retrospectivo com informações da Central Estadual de Transplantes e prontuário clínico de residentes no Rio Grande do Sul, Brasil, submetidos, após os 15 anos de idade, pela primeira vez, a esse transplante de janeiro de 1999 a julho de 2003 (n = 313). Houve 13% de falências (n = 41) no primeiro mês, 11% (n = 34) de 2 a 12 meses e 5% (n = 17) após esse período; 88% das falências resultaram em óbito, 12%, em retransplante. Nos modelos multivariados, a taxa de falência foi maior para renda familiar menor que dez salários-mínimos, idade maior que 45 anos, cor não branca, mau estado geral à época do transplante e doador com 56 anos ou mais. Gênero feminino evidenciou efeito apenas no modelo bruto, perdendo o efeito no modelo multivariado. Apoio social, com complementação de renda e pronto diagnóstico com ingresso na lista em boas condições clínicas, pode favorecer o sucesso do transplante hepático.