Objetivo: Identificar e descrever as práticas alimentares de crianças de zero a dois anos de vida internadas em um hospital universitário de Porto Alegre-RS. Métodos: Identificaram-se as práticas alimentares de 261 crianças, por instrumento composto por questões que analisam atributos, componentes e marcadores da alimentação complementar. As variáveis foram expressas em percentual e valor absoluto, média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil. Resultados: O aleitamento materno exclusivo até os seis meses esteve presente em 25,3% da amostra, com mediana de duração de 45 dias, e a introdução da alimentação complementar foi iniciada em tempo adequado (seis a sete meses) em 57%. Dentre as crianças que já haviam iniciado a alimentação complementar através da papa de fruta ou refeição principal (n = 128), a mediana de idade de introdução foi de 5 (4-6) meses. Em relação à adequação, alimentos fonte de vitamina A e ferro estiveram presentes em 83,6% das crianças, e 62,5% consumiam todos os grupos alimentares. A consistência da alimentação estava adequada em 52,3%. O consumo de alimentos ultraprocessados estava presente na alimentação de 60,2% das crianças. Conclusões: Foram observadas baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo, introdução precoce da alimentação complementar e alta frequência de consumo de alimentos ultraprocessados. As práticas alimentares inadequadas identificadas podem comprometer a saúde da criança, sendo importante realizar ações para a promoção do aleitamento materno e da introdução adequada da alimentação complementar.DOI: 10.12957/demetra.2019.43304