Fatores associados a piores níveis na escala de Burnout em professores da educação básica

Abstract

Resumo A Síndrome de Burnout resulta do estresse crônico no trabalho e é composta por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e realização profissional. Objetivou-se identificar, em professores da educação básica de Londrina, no Paraná, fatores associados a piores níveis nessas dimensões. Trata-se de estudo transversal realizado entre agosto de 2012 e junho de 2013. Foram pesquisadas características sociodemográficas, ocupacionais, relacionamentos na escola, violência contra o professor e Síndrome de Burnout por meio da escala Maslach Burnout Inventory (MBI). Pontuações > percentil 75 na MBI (exaustão emocional e despersonalização) ou < percentil 25 (realização profissional) foram consideradas como piores níveis. Foram realizadas análises bivariadas e múltiplas por regressão de Poisson. Participaram da pesquisa 804 professores. Após ajustes, relacionamento ruim/regular com alunos associou-se a piores níveis nas três dimensões da escala. Tempo insuficiente para família/lazer e relacionamento ruim/regular com pais permaneceram significativos para piores níveis de exaustão emocional e de despersonalização. Violência física, quantidade de alunos considerada ruim/regular e infraestrutura ruim da escola ainda se mantiveram associadas a piores níveis de despersonalização, enquanto oportunidade ruim/regular para expressar opiniões no trabalho associou-se à baixa realização profissional. Ambiente de trabalho hostil e outros fatores laborais devem ser priorizados por políticas de prevenção da Síndrome de Burnout em professores.

Work Context and Stress Symptoms in Basic Education Teachers

“…The evaluation of stress symptoms had PSS mean 21.63, close to that men-Psychology tioned in the translation and validation study for the Brazilian general population (21.37 points, Luft, Sanches, Mazo, & Andrade, 2007), and for the LIS-E (25.33 points). Similar stress levels to the general population may be related to a moderately stressful environment (Gutierrez, 2016;Koga et al, 2015;Paschoal & Tamayo, 2004). Even if the teaching profession has risk factors linked to the presence of stress, the teacher's perception plays a major role in how it will deal with environmental pressures, whether or not it develops symptoms of stress.…”

CIAFIS – Congresso Internacional de Atividade Física, Nutrição e Saúde

“…Dentre estes, destacam-se o ambiente de trabalho hostil, o número elevado de alunos, a quantidade de classes regida e a violência no ambiente de trabalho, além de fatores laborais, comportamentais, estruturais, problemas organizacionais, como a falta de recursos e equipamentos, déficit no suporte do governo e salários defasados, em associação com a alta carga de trabalho (Koga et al, 2015;SILVEIRA, 2014;Vilela;Garcia, & Vieira, 2013).…”

Pesquisa-ação e práticas restaurativas para a prevenção da violência escolar: percepções dos professores

“…No sudeste do Brasil, estudo realizado com estudantes do ensino fundamental sobre vitimização por bullying encontrou prevalência de 7,8%, sendo que os fatores associados a esse tipo de violência escolar foram o menor nível de escolaridade das mães, exposição à violência familiar, faltar às aulas sem avisar aos pais, comportamentos de risco como fumar, experimentar drogas e relações sexuais (MELLO et al, 2016). No estado de (KOGA et al, 2015;MELANDA et al, 2018).…”

“…Estudos mostram que os professores estão frequentemente expostos a um ambiente de trabalho hostil, têm elevada carga horária, atuam em maior número de escolas, com número elevado de alunos, têm menor poder de decisão e apresentam altos níveis de exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional (dimensões da Síndrome de Burnout). Essa precarização das condições de trabalho expõe os professores a situações de violência (KOGA et al, 2015;MELANDA et al, 2018).…”

“…Nesta segunda unidade temática, identificaram-se diferentes compreensões, conceitos, interpretações e experiências da violência escolar, em que os professores são tanto vítimas como autores desse tipo de violência. Assim, encontrou-se, revelado por esses participantes, o que está descrito na literatura sobre violência escolar, cujo fenômeno complexo afeta o cotidiano das escolas e as relações interpessoais (ELICKER et al, 2015;KOGA et al, 2015; SILVA; ASSIS, 2018).…”