Introdução: O trabalho de controladores de tráfego aéreo (CTA) tem como uma das principais características o constante estado de alerta. As condições e o ambiente de trabalho podem favorecer o aparecimento de agravos à saúde, dentre eles os indicadores de doenças cardiovasculares. Objetivo: Verificar o perfil lipídico de mulheres, todas militares da ativa da Força Aérea Brasileira, no período de 2013 a 2018. Métodos: Estudo retrospectivo, com dados secundários de 79 prontuários médicos. Considerou-se dados de idade, massa corporal, estatura e medidas do perfil lipídico: colesterol total (CT), Low-density lipoprotein cholesterol (LDL-c), High-density lipoprotein cholesterol (HDL-c) e triglicerídeo (TG). Calculou-se o índice de massa corporal (IMC) e as razões CT/ HDL-c, LDL-c/HDL-c e TG/HDL-c. Realizou-se verificação da normalidade e posteriormente análise descritiva e inferencial considerando como significante valores de p < 0,05. Resultados: Foram avaliadas 79 CTA, sendo 41 no ano de 2013, 35 em 2014, 48 em 2015, 54 em 2016, 27 em 2017 e 24 em 2018. De 2015 em diante, a maioria das CTA são classificadas com excesso de peso. Em relação ao perfil lipídico, observou-se que, ao longo dos seis anos, a maior parte das mulheres está com colesterol total alterado. Os valores de triglicerídeos apresentaram diferença estatística ao longo dos anos com prevalência de inadequação superior a 20%. Observou-se otimização da relação entre as concentrações de colesterol total, HDL-c e LDL-c. Quanto a razão TG/ HDL-c houve diferença significativa entre o ano de 2018 e os demais, sendo que, em 2018, mais de 30% da amostra apresentou razão elevada. Conclusão: As CTA apresentaram excesso de peso corporal e alterações negativas no perfil lipídico no período considerado. Sugere-se conduzir estudos com as CTA que atuam em diferentes locais no Brasil para melhor traçar o perfil lipídico deste grupo.