Fatores de risco associados à gravidade e óbitos por influenza durante a Pandemia de Influenza A (H1N1) 2009 em região tropical/semi-árida do Brasil

Abstract

Introdução: O vírus da Influenza A (H1N1) 2009 pdm tornou-se uma cepa sazonal da gripe a partir de 2010. Provoca doença leve na maioria dos pacientes e pequena proporção dos acometidos evolui para a forma grave da doença, necessitando de tratamento hospitalar e cuidados intensivos. Durante a pandemia de Influenza A (H1N1) 2009, ainda não era conhecida a patogenicidade e virulência da nova cepa. Este fato ressalta a necessidade de estudos para determinar as características epidemiológicas, clínicas e indicadores de mortalidade, especialmente nas formas graves e óbitos. Objetivo: Identificar os fatores associados à ocorrência de gravidade e óbitos durante a pandemia de Influenza A (H1N1) 2009 pdm no Ceará. Metodologia: Trata-se de uma coorte observacional, retrospectiva, dos pacientes admitidos em hospitais da capital do Ceará e detectados por meio dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período pandêmico 2009-2010. Foram trabalhados os casos com diagnóstico de infecção aguda por vírus A (H1N1) por RT-PCR. Após identificado o paciente, buscou-se na unidade de hospitalização o prontuário de acompanhamento médico. Utilizou-se como instrumento para coleta de dados a APACHE II e questionário contendo dados da hospitalização, exames clínicos e laboratoriais. Após Teste Qui-quadrado, foram considerados significativos P<0,05 e IC de 95%. Resultados: Foram confirmados 40 casos graves por influenza A (H1N1) 2009 pdm, com 8 (20%) óbitos. Em 2010, os pacientes graves apresentaram duas vezes mais chances de serem internados na UTI e o percentual de óbitos foi 50% maior que em 2009. A letalidade foi 2,4 vezes maior entre os homens. Os pacientes com ensino fundamental completo tinham uma vez mais chances de evoluir para óbito que os pós-graduados. O tempo médio entre a data dos primeiros sintomas e o início do tratamento com Fosfato de Oseltamivir foi de 4,13 dias entre os que evoluíram para cura e 11 dias entre os que evoluíram para óbito (P=0,00). 72,5% (29/40) tinham algum fator associado ou comorbidade. Na admissão, 25% (10/40) dos pacientes tinham entre 11 e 50% de risco de morte e 10% (4/40) tinham injúria cerebral severa. Em relação à necessidade de cuidados intensivos, todos os aspectos estudados foram significativos. Conclusão: A procura por assistência de saúde, retardo no início da terapia antiviral e a presença de comorbidades, principalmente obesidade foram relevantes para a gravidade dos casos.

COVID-19 no estado do Ceará, Brasil: comportamentos e crenças na chegada da pandemia

“…In this paper, participants with elementary education considered that they were at a lower level of risk than participants with a higher level of education and adopted voluntary quarantine less (Table 3). However, what is observed in the research is that the level of education and the severity of the disease may be associated with the individual's social class, suggesting that habits, living conditions, and knowledge about the disease influence the prognosis 25,39 . Thus, individuals with lower schooling would be more likely to contract the infection, as they use public transport, live and visit places with a higher number of individuals, and have limited access to medical resources.…”

“…Community behavior is one of the crucial factors to avoid a higher number of cases and deaths from viral infections 8,25 . South Korea and Japan had already shown a flat curve of disease progression through restrictive measures 26,27 .…”

“…The main limitation of this study is that it was carried out in a convenience sample, which restricts the external generalization of the findings. The level of education can be considered a risk factor for the spread of infectious viral diseases and developing to death 25,39 . In this paper, participants with elementary education considered that they were at a lower level of risk than participants with a higher level of education and adopted voluntary quarantine less (Table 3).…”

Brazilians’ level of knowledge, attitudes and practices towards COVID-19: a cross-sectional study

“…Lower levels of education can be considered to be a risk factor for the spread of viral infectious diseases and for disease progression to death. 35 It is important to highlight that the average score for practices was lower (80.00%) than the scores for knowledge and attitudes (94.84 and 92.20%). In the light of this difference, it can be inferred that knowledge alone does not guarantee good practices, or their maintenance.…”

Desafios E Estratégias De Educação Em Saúde Para a Pessoa Com Hipertensão Em Tempos De Covid-19

“…Norteia as ações de atenção integral à saúde do homem, visando estimular o autocuidado e o reconhecimento de que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros(BRASIL, 2009).Embora o maior risco de óbito esteja associado à idade, obesidade e presença de comorbidades, observa-se na variável escolaridade, elementos que se associam indiretamente a esse desfecho. Acrescenta-se que o nível de escolaridade pode ser considerado fator de risco para a disseminação de diversas doenças infecciosas virais e para a evolução ao óbito(LEMOS et al, 2015).O nível de escolaridade e o agravamento dos casos podem estar associados à classe social do indivíduo, sugerindo que os hábitos, as condições de vida e o conhecimento sobre a doença influenciam nos desfechos negativos da Covid-19 (ABRAMS; SZEFLER, 2020). De modo geral, o nível de escolaridade desempenha importante papel na prevenção de doenças e contribui na adesão às medidas de saúde preconizadas (ALPUCHE-ARANDA; LAZCANO-PONCE, 2020).…”