Fatores de risco para flebite relacionada ao uso de cateteres intravenosos periféricos em pacientes adultos

Abstract

RESUMO Objetivo: Identificar fatores de risco para flebite relacionada a cateteres intravenosos periféricos em pacientes adultos. Método: Estudo de análise post hoc de ensaio clínico randômico, totalizando 1.319 pacientes. Pesquisaram-se variáveis demográficas, clínicas, relacionadas à terapia e à flebite. Para análise de dados, calcularam-se frequências, medidas de tendência central e dispersão, e utilizaram-se os testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, implementando-se regressão logística, curva ROC e cálculo de Odds Ratio (intervalo de confiança 95%; nível de significância 5%). Resultados: Dos 1.319 participantes, 80 (6,1%) desenvolveram flebite. Associaram-se à ocorrência de flebite mobilidade reduzida (p = 0,015), história familiar de trombose venosa profunda (p = 0,05), cateterização de veias do dorso da mão (p = 0,012), dor (p < 0,01), Amoxicilina-Clavulanato de Potássio (p = 0,015) e Omeprazol sódico (p = 0,029). Conclusão: Os fatores de risco para flebite envolveram fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente, indicando intervenções de enfermagem preventivas, como promover a mobilidade do paciente, não cateterizar veias do arco dorsal da mão, infusão cautelosa de fármacos de risco e valorizar a queixa de dor.

Types of flebitis related to intravenous therapy: an update

“…Entretanto, a terapia intravenosa pode trazer complicações, sendo a mais frequente a flebite (POVEDA;SIMÕES;VENDRAMIM;MAVILDE, 2022).…”

“…A flebite consiste em uma inflamação da parede endotelial vascular (túnica íntima venosa), cujas principais manifestações clínicas são: dor, edema, desconforto local, eritema, calor, formação de cordão fibroso palpável ao longo do trajeto venoso e, em alguns casos, febre. Caso a flebite não seja tratada, pode ocorrer septicemia, aumentando o tempo de internação do paciente et al, 2009;CARVALHO, 2011;POVEDA;SIMÕES;VENDRAMIM;MAVILDE, 2022).…”

“…A flebite química decorre da inflamação do endotélio vascular após o contato de fluidos irritantes ou solubilizados de maneira incorreta. Já a flebite bacteriana ou infeciosa caracteriza-se pela ruptura de técnica asséptica durante a instalação, a administração de medicamento e/ou no manuseio de dispositivos conectados ao sistema venoso periférico (REIS; CARVALHO, 2011;LV;ZHANG, 2019;SIMÕES;VENDRAMIM;MAVILDE, 2022). A flebite pós-infusional acontece após administração de soluções e retirada do dispositivo venoso com identificação dos sintomas, geralmente, dentro de 48 horas (REIS; CARVALHO, 2011;URBANETTO;et al, 2017).…”

“…São vários os fatores associados à ocorrência da flebite no paciente, tais como a complexidade de seu estado clínico, a idade, o sexo, condições patológicas (neuropatia periférica, | 446 tabagismo e doença vascular), bem como as disfunções no sistema venoso, atrelados à escolha do dispositivo intravenoso periférico a ser utilizado e o manejo do profissional de saúde ao realizar a punção venosa (MILUTINOVIĆ; SIMIN;ZEC, 2015). A flebite é uma complicação limitante ao paciente e a sua terapêutica, e sua ocorrência pode prolongar não somente a internação hospitalar, como também, aumentar custos e trazer mais desconforto ao paciente (FERNANDES;et al, 2020;SIMÕES;VENDRAMIM;MAVILDE, 2022).…”

Escala Portuguesa de Flebite: adaptação transcultural, validade e confiabilidade para uso no Brasil

“…Instrumentos com tais características incrementam a qualidade da avaliação da flebite, contribuem para a segurança do paciente e podem ser adotados por instituições de saúde para promover a cultura de segurança do paciente (3) . Diversos instrumentos de avaliação de flebite estão disponíveis na literatura (4) e comumente são utilizados por pesquisadores da área, tais como a Visual Infusion Phlebitis Assessment (VIP scale) (5) , Peripheral Venous Catheter Assess (PVC Assess) (6) , Maddox Scale (7) e a Infusion Nursing Society -Phlebitis Scale (INS Phlebitis Scale) (8)(9)(10)(11)(12) . Tais escalas possibilitam caracterizar a flebite de forma progressiva em graus, variando de zero (ausência de sinais clínicos de flebite) até graus 4 ou 5 (sinais de maior gravidade).…”