Fatores desencadeantes da violência contra a mulher na pandemia COVID-19: Revisão integrativa

Abstract

Objetivo: Analisar os dados disponibilizados na literatura nacional sobre os fatores associados ao aumento da violência contra a mulher durante a pandemia COVID-19. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a partir das bases de dados publicados no portal BVS, referente ao ano de 2020, em língua portuguesa. Resultados: Foi identificado que o isolamento social impactou a vida da população em geral, nos aspectos sociais e econômicos, com queda no número de denúncias de violência doméstica contra a mulher e aumento nos casos de feminicídios. Conclusão: Com o distanciamento social, as vítimas se restringiram em realizar as denúncias, pelo aumento do tempo convivência no mesmo ambiente familiar com o agressor e diante disso, é preciso refletir sobre as formas utilizadas para garantir proteção e segurança para essas mulheres. Pontua-se a necessidade da realização de mais estudos no Brasil, com o intuito de identificar novas estratégias de abordagem em Saúde Coletiva, com participação efetiva da equipe multidisciplinar de saúde nesse processo. Descritores: Violência contra a mulher; Violência doméstica; Isolamento social; COVID-19.

Violência contra mulheres: conhecimento e preparo de profissionais da atenção básica de saúde em um município no sudeste do Pará

“…Além disso, a restrição do convívio com outras pessoas e, consequentemente, de apoio social, em consonância com a dificuldade de acesso e acolhimento nos serviços de saúde também favorecem o aumento significativo da incidência de novos casos de violência doméstica. Outros fatores que corroboram para esse cenário caótico de violência são a elevação do consumo de substâncias psicoativas, o enfraquecimento da rede de apoio à mulher e o aumento do consumo de álcool no ambiente doméstico (Sousa, Santos & Antonietti, 2021).…”

Mulheres no Capitalismo: Notas para uma educação feminista

“…Ou seja, embora os índices de denúncias em delegacias maquiem a realidade contemporânea, fica explícito, que o isolamento social provocado pela pandemia, está aumentando os riscos de vida e submetendo à violência mulheres que, na maioria dos casos, moram com seus agressores. Sousa et al (2021) destaca que durante o período de isolamento social, as mulheres, que são vítimas de violência doméstica, ficaram "presas em suas casas" juntamente com seus agressores, portanto, com maiores dificuldades para denúncias, pedidos de ajuda, etc. Sendo assim, dentre as opressões do sistema capitalista, percebemos que, o ambiente doméstico, lugar destinado pelo capitalismo ao sexo feminino, torna-se também o cenário mais comum de feminicídio no Brasil.…”

A Complexidade Da Violência Doméstica Durante a Pandemia Do Covid-19.

“…O lockdown gera menos pessoas nas ruas, contato com amigos e familiares e até menos abrigos/serviços de saúde disponíveis para acolhimento, o que diminui a chance de pedir ajuda e por isso abafa a violência dentro de casa. 7 De acordo com a psicóloga norte-americana Lenore Walker, existe o 'ciclo de violência' que é constantemente repetido e atualmente agudizado pelos motivos já citados. A fase 1 enfatiza o aumento da tensão, em que o agressor se mostra irritado, humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos.…”