Sabendo-se da importância da Terapia Nutricional Enteral (TNE), é necessário que a prescrição do nutricionista se adeque às necessidades nutricionais do paciente e esteja alinhada às diretrizes. Consoante a Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN), para assegurar o estado nutricional do paciente, é necessário alcançar 80% da meta calórica e proteica da dieta ainda na primeira semana de internação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional (EN) de um paciente em uso de TNE internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a adequação das calorias e proteínas prescritas e infundidas ofertadas pela dieta enteral via cateter. Trata-se de um estudo observacional de um paciente internado em uma UTI, em uso de TNE exclusiva iniciada até 48 horas após a internação no setor, acompanhado por 4 semanas consecutivas em um Hospital Público de Macaé/RJ. Foram coletados os dados: doença de base, sexo, idade, peso e analisados os valores prescritos e infundidos da dieta enteral em porcentagem. O EN foi avaliado mediante o instrumento de triagem de avaliação nutricional Global Leadership Initiative on Malnutrition (GLIM) que envolveu os seguintes dados: triagem através do instrumento Nutritional Risk Screening (NRS 2002), gravidade da doença, IMC, presença de edema, perímetro da panturrilha, altura do joelho estimativa de estatura. O paciente foi internado na UTI com acidente vascular encefálico (AVE), hemorragia mesencefálica e hidrocefalia, sexo masculino, 72 anos, 75 kg peso referido pelo prontuário, apresentou desnutrição grave segundo análise do EN pelo GLIM ao fim do estudo. De acordo com a informação relatada no prontuário, o valor energético total (VET) prescrito foi de 2250 kcal/dia durante todo o período da avaliação. Esta meta foi alcançada na quarta semana de internação na unidade. A porcentagem do VET oferecido alcançou 14,7% das necessidades na primeira semana, 59,42% na segunda, 82,86% na terceira e 106,8% na quarta. Com relação à porcentagem de proteínas, na primeira semana o paciente recebeu 14% da meta, na segunda semana 56,4%, na terceira 93,9% e na quarta 121%. Os resultados encontrados nas primeiras duas semanas diferem das recomendações preconizadas pela ASPEN (abaixo da meta de 80% das necessidades calórico-protéicas) assim como a quarta semana (excedeu a recomendação) e podem estar associados ao estado de desnutrição revelado pelo GLIM. Tendo em vista os resultados encontrados sugere-se implementação de protocolos para acompanhamento do paciente que possibilitem a oferta calórico-proteica adequada e melhora do quadro clínico.