A intervenção precoce do suporte enteral no paciente crítico é uma medida que tem sido amplamente indicada e tem sido associada a redução da internação hospitalar e mortalidade. Por outro lado a introdução tardia da nutrição enteral, as interrupções diárias na unidade de terapia intensiva e a sub ou superestimação das necessidades energéticas diárias podem impedir que o paciente receba o aporte nutricional adequado. OBJETIVO: Avaliar a associação entre a adequação energéticoproteica da nutrição enteral, tempo de permanência e nutrição enteral precoce em pacientes críticos em uma unidade de terapia intensiva. MÉTODO: Estudo transversal e retrospectivo, realizado em uma unidade de terapia intensiva. Foram incluídos pacientes
A assistência nutricional passou por mudanças inesperadas na pandemia da COVID-19. O objetivo deste artigo é descrever a assistência nutricional de pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva nos primeiros quinze meses desta pandemia. Trata-se de uma coorte retrospectiva de pacientes críticos com COVID-19 admitidos em hospital de referência, entre março/2020 a junho/2021. Foram avaliadas características clínicas (queixas, comorbidades, tempo de internamento e evolução), nutricionais (diagnóstico nutricional e dieta prescrita na admissão) e a procedência do paciente. Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences. As variáveis categóricas foram descritas por frequência simples absoluta e relativa e as quantitativas por média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartílico. Foram estudados 643 pacientes com média (desvio padrão) de idade de 63 (16) anos, sendo 374 (58,2%) do sexo masculino. Hipertensão arterial foi a comorbidade mais frequente (61,1%), seguida por diabetes mellitus (41,4%). Dificuldade respiratória (79,8%) e febre (48,7%) foram as queixas mais referidas. O tempo de permanência no hospital teve como mediana (intervalo interquartílico) 11 (6 – 18) dias e 570 (85,6%) dos pacientes foram a óbito. Apenas 300 (46,7%) pacientes tinham registro de diagnóstico nutricional, dentre eles, 207 (69,0%) foram diagnosticados com excesso de peso e 35 (11,7%) com desnutrição. Os resultados demonstraram a deficiência da assistência nutricional em pacientes críticos com COVID-19 nos primeiros 15 meses da pandemia. Sugerimos um modelo de avaliação nutricional que pode contribuir para uma melhor assistência nutricional em situações catastróficas, como a vivenciada nesta pandemia.
Recomendações para orientar a assistência nutricional de pacientes críticos acometidos pelo Coronavírus foram publicadas nos últimos anos. Contudo, há poucos relatos sobre o estabelecimento da nova rotina do cuidado e monitoramento nutricional no âmbito hospitalar. O objetivo deste artigo é apresentar a implementação de protocolo com fluxo de assistência e rotina nutricional de um serviço de nutrição, para pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de referência para COVID-19. Trata-se de um relato de experiência que apresenta as rotinas do serviço de assistência nutricional, que foram organizadas para o atendimento dos pacientes durante a pandemia da COVID-19, conforme recomendações propostas por entidades nacionais e internacionais. Na primeira etapa do cuidado, a triagem de risco nutricional e a checagem do nível de assistência eram realizados para nortear a periodicidade do monitoramento nutricional. As necessidades calóricas e proteicas eram calculadas conforme diagnóstico nutricional individual. Para uso da terapia nutricional, a via oral ou enteral foram priorizadas para alimentação e condutas para situações especiais, como a posição prona, foram padronizadas. Nos primeiros 30 dias de funcionamento do hospital, toda assistência nutricional foi realizada na modalidade não-presencial, com protocolos padronizados, que posteriormente foram revisados e adequados para serem utilizado no atendimento presencial, porém ainda sem o contato físico dos nutricionistas com os pacientes. Assim, a produção e revisão dos fluxos institucionais, adaptando-os frente às atualizações científicas publicadas durante a pandemia, permitiu qualificar a assistência nutricional prestada no hospital de referência para COVID-19.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.