Introdução: A situação atual do consumo do álcool pelos indígenas é resultante do passado colonial, em consequência das violências vivenciadas pelo povo, sendo catastrófica e desagregadora. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados ao consumo de álcool em uma comunidade indígena do Nordeste brasileiro. Métodos: Estudo descritivo, transversal, desenvolvido na comunidade Pankararu, com 268 participantes indígenas aldeados, na faixa etária mínima de 18 anos de idade de ambos os sexos. Realizou-se entrevista com os participantes aplicando-se dois instrumentos, um contendo as características sociodemográficas e consumo do álcool e outro com o instrumento validado Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Resultados: Identificou-se maior prevalência de consumo do álcool no sexo masculino (75,3%), com baixa escolaridade (83,1%), solteiros (76,5%), não frequentam igreja ou casa de reza (90,0%), consideram o consumo do álcool um problema (94,3%) e fumam (77,9%). Conclusão: A chance de apresentar consumo de risco foi cerca de quatros vezes maior entre os homens, as chances também foram maiores para os participantes com baixa escolaridade e tabagistas, enquanto o fato de frequentar alguma igreja ou casa de reza reduziu a chance do consumo de risco do álcool.