2014
DOI: 10.12957/revmar.2014.13749
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Feitiçaria e iluminismo: traduções e estratégias editoriais em Portugal no Século XVIII

Abstract: O ato de traduzir e publicar livros pode ser visto como um conjunto de práticas culturais, mas também como estratégia de exercício de poder, além de marcar diferenças identitárias. Na segunda metade do século XVIII, duas obras originalmente escritas em italiano foram traduzidas para o português, e publicadas com aval oficial, por um letrado ligado à estrutura administrativa pombalina. Diversas questões emanam deste fato. A primeira diz respeito ao tema da feitiçaria na historiografia contemporânea e a compreen… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
0
0
3

Year Published

2019
2019
2019
2019

Publication Types

Select...
1

Relationship

0
1

Authors

Journals

citations
Cited by 1 publication
(3 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
3
Order By: Relevance
“…Outro membro (menor) da estrutura de poder pombalina, José Dias Pereira, professor no colégio dos nobres, fez operação semelhante de aproximação do pensamento ilustrado com diretrizes políticas ao traduzir obras que visavam acabar com a crença na feitiçaria. Ele buscava, assim, "dirigir a atuação da Inquisição para crimes políticos e comportamentais dos sacerdotes", o que também permite pensar suas traduções como encomendas oficiais (DENIPOTI & PEREIRA, 2014). Na "prefação" da Traducção da defeza de Cecilia Faragó, o tradutor afirmava pretender "desabusar" os portugueses de crenças "grosseiras e supersticiosas", pois "[a]s grandes luzes que actualmente illustram a Patria affortunada, não consentem que só os Catholicos da França, e da Italia, leiam na língua materna as verdades do primeiro, e terceiro capitulo desta Obra.…”
Section: Artigos Livresunclassified
See 2 more Smart Citations
“…Outro membro (menor) da estrutura de poder pombalina, José Dias Pereira, professor no colégio dos nobres, fez operação semelhante de aproximação do pensamento ilustrado com diretrizes políticas ao traduzir obras que visavam acabar com a crença na feitiçaria. Ele buscava, assim, "dirigir a atuação da Inquisição para crimes políticos e comportamentais dos sacerdotes", o que também permite pensar suas traduções como encomendas oficiais (DENIPOTI & PEREIRA, 2014). Na "prefação" da Traducção da defeza de Cecilia Faragó, o tradutor afirmava pretender "desabusar" os portugueses de crenças "grosseiras e supersticiosas", pois "[a]s grandes luzes que actualmente illustram a Patria affortunada, não consentem que só os Catholicos da França, e da Italia, leiam na língua materna as verdades do primeiro, e terceiro capitulo desta Obra.…”
Section: Artigos Livresunclassified
“…Dessa mesma forma, a inserção na República das Letras portuguesa estava permeada por relações clientelistas, em que autores e tradutores ofereciam os frutos de seus "árduos labores" a figuras de poder, enfatizando sua participação em um grande esforço pelas "luzes" que tinha como objetivo final engrandecer a monarquia -a "nação" imperial -ao mesmo tempo em que se inseria em uma economia de dádiva, com a expectativa de recompensa sempre presente tácita ou explicitamente (RAMINELLI, 2008, p. 21;DENIPOTI & PEREIRA, 2014).…”
Section: Artigos Livresunclassified
See 1 more Smart Citation