O hospital tem sido lugar de inserção de psicanalistas na escuta do sujeito e de mal-estares próprios a esse contexto. O trabalho no hospital tem nos proporcionado o atendimento de mulheres-mães que nos apresentam situações clínicas que burlam a lógica de uma práxis que aborda especificamente a vivência da doença e do tratamento. A escuta de mulheres-mães nos levou a questão em torno das pulsões invocante e escópica nas improvisações maternas diante de um filho. Apresentamos um caso clínico que têm a intenção de provocar a discussão sobre estar disponível para a escuta do sujeito e as (in)certezas e (im)perfeições de ser mulher-mãe diante da hospitalização de seus filhos e sustentar a possibilidade de um trabalho analítico em instituições de saúde. Escutar as mulheres-mãe na instituição hospitalar tem indicado e confirmado que a maternidade não é suficiente para recobrir a falta estrutural do sujeito, sendo necessário estar sensível para escutar, interpretar e intervir sobre o que cada mulher pode falar do que ela supõe sobre o maternar, sobre o outro lhe interpela e as possíveis elaborações sobre a sua feminilidade e o lugar representado pelo filho. Por fim, aponta-se que a presença do analista no hospital pode promover o bem-dizer da relação do sujeito com seu desejo, fazendo-o responsabilizar-se por aquilo que causa seu sofrimento e seus sintomas.