O movimento revolução grisalha entende-se como uma revolução de gênero, que parte da construção e ressignificação da aparência feminina. Possui caráter identitário, político e individual. Reúne mulheres de diferentes perfis, que assumem os cabelos brancos e grisalhos, simbolizando libertação dos padrões sociais relacionados ao “mito da beleza”, tema discorrido por Naomi Wolf, Gilles Lipovetsky, Anthony Giddens, Fialho e Miranda, Denise Araujo, Diana Neves e Aires e Lopes. Buscou-se levantar e caracterizar o seu eventual alcance na indústria da moda. Estudo de caso etnográfico envolvendo o conteúdo imagético e conteúdo textual de 400 volumes da revista Elle Brasil. Observa-se o alcance processual e ascendente, partindo da discreta presença inicial, seguida por sua visibilidade, ampliação, legitimidade e sinais de naturalização. A tônica aparece nos diversos segmentos da revista. O ápice da inserção é a criação do chamado look grisalho como tendência e produto de moda, adotado por jovens fashionistas e celebridades de forma artificial.