A chuva de sementes (CS) é caracterizada pela chegada de propágulos ao solo, advindos por mecanismos de dispersão e é essencial para a dinâmica da regeneração natural de florestas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a CS como indicador de três áreas em processo de restauração do Mato Grosso do Sul, Ivinhema 12 anos (IV-12), Jateí 13 anos (JA-13) e Caarapó 16 anos de plantio (CA-16). Foram instalados aleatoriamente 15 coletores de 0,64 m² em cada uma das áreas e o material coletado mensalmente de maio/2015 a janeiro/2016. Foram calculados os índices de Shannon (H’) e Equabilidade de Pielou (J’) e as sementes classificadas quanto à síndrome de dispersão, hábito e classe sucessional das sementes de espécies arbóreas. Foi identificado o total de 47.124 propágulos nas três áreas. Para CA-16 foram amostradas 27.033 sementes, 29 famílias, 39 gêneros e 41 espécies. JA-13 obteve 8.056 sementes, 22 famílias, 32 gêneros e 33 espécies. A área IV-12 resultou em 12.035 sementes, 13 famílias, 21 gêneros e 22 espécies. Das 61 espécies encontradas para as três áreas, 88,5% são de hábito arbóreo. Referente à síndrome de dispersão, a maioria são zoocóricas, com destaque para IV-12 com 93,7%, sendo que 40,9% são alóctones. Quanto à classificação sucessional, as pioneiras foram destaque, principalmente para IV-12 (91,7%). A CS pode ser considerada um bom indicador para a avaliação da integridade ambiental de áreas em restauração por fornecer subsídios para compreensão da manutenção dos processos ecológicos, visto que nas áreas avaliadas, a maioria das sementes foi de espécies zoocóricas, com expressiva contribuição de espécies alóctones, demonstrando a existência de uma fauna dispersora facilitadora da sucessão florestal.