A tecnologia não é apenas uma ferramenta neutra, cujo efeito dependerá do uso que dela se faz. Inovações trazem em si discursos e intenções, modificando a sociedade ao mesmo tempo em que são modificadas por ela. No momento, são discutidas, desenvolvidas e aplicadas ferramentas que permitem - ou se propõem a - medir e registrar dados do perfil cognitivo dos alunos, predizer performances de aprendizagem futura e até corrigir trabalhos e gerar exemplos de forma autônoma, sem participação humana. Ao problematizar esta questão sob a ótica do Design Centrado no Ser Humano (DCSH), este trabalho busca discutir quais podem ser os efeitos positivos e negativos sobre alunos e professores que usam algumas aplicações tecnológicas na aprendizagem e avaliação. O artigo começa contextualizando diferentes discursos e visões, positivos e negativos, sobre a inter-relação entre tecnologia, Educação e sociedade. Em seguida, apresenta e caracteriza algumas tendências tecnológicas da Educação atual, inclusive aplicações em fase de desenvolvimento. Nesse contexto, será discutido como essas tecnologias podem incidir sobre alunos e professores, os principais stakeholders envolvidos. Por fim, o artigo faz relação entre todas essas questões e o Design centrado na aprendizagem e o DCSH, trazendo, assim, um questionamento central: o processo tecnológico de aprendizagem e avaliação é conduzido com a devida atenção aos fatores humanos e contextuais?