Flúor nas águas subterrâneas dos municípios de Feira da Mata e Santana (BA): comparação dos teores do fluoreto e seu significado na saúde da população

Abstract

Esta pesquisa teve como objetivo investigar a composição química das águas subterrâneas dos municípios de Feira da Mata e de Santana, no oeste da Bahia, com ênfase na distribuição das concentrações do flúor. Foram coletadas águas em quinze poços perfurados nas rochas pelito-carbonáticas do Grupo Bambuí, no ano de 2012. As variáveis físico-químicas foram mensuradas in situ, por meio de sonda multiparâmetros. As análises dos cátions deram-se por ICP-OES e dos ânions por titrimetria, espectrofotometria e colorimetria (SPANSD) (F-). No município de Feira da Mata, ocorreram águas bicarbonatadas cálcicas (87%) e bicarbonatadas sódicas (13%), em que os níveis do fluoreto excederam o limite de potabilidade do fluoreto para 13% dos poços. No município de Santana, foram representativas as águas bicarbonatadas cálcicas ou mistas cálcicas (63%) e bicarbonatadas sódicas (23%), em que os níveis do fluoreto excederam o limite de potabilidade para 40% dos poços. A distribuição dos níveis de flúor nas águas subterrâneas dos municípios de Feira da Mata e Santana indica que o monitoramento da qualidade dessas e a vigilância epidemiológica da cárie ou fluorose dentária devam ser priorizados. Palavras-Chave: Geologia Médica; Aquífero Bambuí; Flúor em água.

Comportamento sazonal dos níveis do fluoreto nas águas subterrâneas (2010 a 2012) e riscos à saúde bucal em Serra do Ramalho, Bahia (BR)

“…Verificou-se que 23% das amostras de água de Serra do Ramalho excederam o limite ótimo local de potabilidade do fluoreto (de 0,8 mg.L -1 ) e representam risco de fluorose dentária (Figura 7), onde se observou similaridade ao que se observou no município de Bom Jesus da Lapa, P á g i n a | 56 vizinho, ou nos resultados de estudos anteriores no âmbito do Aquífero Bambuí do Oeste da Bahia (GONÇALVES et al, 2018;GONÇALVES et al, 2019), ou do Norte de Minas Gerais (COSTA, 2011). Entretanto, notou-se que as amostras de água subterrânea do município de Santana, no…”

“…O perfil de risco à saúde bucal de amostras no município de Serra do Ramalho situado na categoria Fator de Proteção ou Ótimo (15%) diferiu da classificação do potencial de risco dos níveis do fluoreto presente nas águas subterrâneas obtidos em um estudo anterior realizado por Gonçalves et al (2019) realizada no município de Feira da Mata, no Oeste da Bahia (Figura 7). Além disso, salienta-se que a ingestão de águas com os níveis ótimos do fluoreto nas águas pode contribuir para a prevenção da cárie P á g i n a | 57 dentária e da fluorose dentária em crianças com idade inferior a 6 anos de idade, ou seja, de crianças que se econtram no período de formação do germe dentário (GALLARÁ et al, 2011;FRAZÃO et al, 2018).…”

“…Além disso, o interesse da ecologia contempla a dinâmica dos ecossistemas e da paisagem, temas das geociências e das ciências do homem, que permite confrontá-la com as questões ambientais, a exemplo da relação flúor-saúde (BARBAULT, 2011). Camurugu (2009), Gonçalves et al (2011), Gonçalves (2014), Carvalho (2018), Gonçalves et al (2018a), Gonçalves et al (2018b), Gonçalves et al (2019) e Gonçalves et al (2020) realizaram estudos sobre a qualidade das águas do Aquífero Bambuí usadas pelos sujeitos sociais de município do Oeste da Bahia, Brasil. Evidenciaram a demanda por estudos sobre a relação entre a qualidade da água e saúde.…”

“…Neste contexto, a relação entre o consumo da água subterrânea com níveis naturais de flúor e os riscos de agravos à saúde humana no Oeste da Bahia, Brasil, foram investigados por Coutinho (2014), Cruz et al (2015), Gonçalves et al (2018a), Gonçalves et al (2019), Gonçalves et al (2020. Gonçalves et al (2022) estudaram a relação entre a prevalência da fluorose dentária e à ingestão de água subterrânea com níveis tóxicos do fluoreto usadas no abastecimento público do município de Santana, Oeste da Bahia.…”

Variação sazonal da composição geoquímica e isotópica das águas do Aquífero Bambuí no Oeste da Bahia, Brasil

“…Com isso, no universo do Aquífero Bambuí, ressalta-se os estudos de geoquímica, geociências e saúde e de hidrologia isotópica realizados por Bedmar e Silva (1980), Andrade e Cascaes (1990), Diniz (2006), Velásquez et al (2006) e Costa (2011) no norte de Minas Gerais e Pacheco (2012) no Distrito Federal. Indica-se, outrossim, os estudos efetuados por Camurugy (2009), Cruz et al (2015), Carvalho (2018), Gonçalves et al (2018a), Gonçalves et al (2018b), Gonçalves et al (2019), Gonçalves et al (2020) e Gonçalves et al (2022) no Oeste da Bahia.…”