RESUMO Objetivo Identificar as cargas de trabalho de equipes de enfermagem que atuam na Estratégia Saúde da Família nas cinco regiões do Brasil e as interfaces com o desgaste desses profissionais. Método Estudo qualitativo com profissionais de enfermagem de 20 Unidades de Saúde da Família, de oito munícipios das cinco regiões do país. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e observação, sendo analisados segundo preceitos da análise temática e do referencial teórico de cargas de trabalho. Resultados Participaram 79 profissionais. As cargas de trabalho foram relacionadas a problemas estruturais e gerenciais, destacando-se as psíquicas devido ao excesso de demanda e à falta de profissionais, as fisiológicas pela sobrecarga de atividades que geram dores físicas e exaustão, as físicas e mecânicas em função das inadequações no ambiente de trabalho e equipamentos, as biológicas pela presença de micro-organismos e as químicas devido à exposição a poeiras e fumaças. Conclusão As fontes que elevam as cargas de trabalho são semelhantes nas cinco regiões, indicando forte influência das cargas psíquicas e fisiológicas nos padrões de desgaste da enfermagem. Entretanto, divisão e planejamento das ações em equipe e afinidade com o modelo assistencial reduzem as cargas de trabalho.