a supervisão é uma intersecção entre o aprender teórico e a prática, seguindo as três missões principais: normativa, restaurativa e formativa. Assim, se torna importante a relação entre terapeuta-supervisor, já que esse vínculo tem influência direta na equação total que envolve a psicoterapia e o manejo de emoções emergidas do processo. Objetivo(s): estruturar uma perspectiva atualizada da supervisão clínica, pautada no papel constitutivo da emoção e do relacionamento entre terapeuta e supervisor. Procura-se compreender como é dado a construção das relações entre supervisor e supervisionado e compreender o papel de emoções e sentimentos envolvidos no processo e o manejo da supervisão clínica. Método: 6 supervisandas, todas mulheres, participaram de grupos focais realizados virtualmente na plataforma Microsoft Teams, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva e interpretativa, cuja coleta de dados seguiu o método da Teoria Fundamentada em Dados (TFD), a qual também orientou a análise de dados com a estratégia de interpretação descritiva e codificação das transcrições das entrevistas. Resultado(s): emergiram das análises três eixos: a relação com o cliente, a relação com o grupo de supervisão e a relação com o supervisor. Desses três eixos, surgiram nove categorias e quarenta e um códigos que dialogam para o entendimento da construção do processo de supervisão e das emoções envolvidas. Conclusão: o supervisor que dialoga promovendo a autonomia e um ambiente não coercitivo inspira confiança do supervisionado, o que torna a supervisão um espaço de troca e integração, na qual as emoções não são vistas como algo negativo ou errado. Além disso, fortalece o vínculo supervisor-supervisionado promovendo uma troca para além do conteúdo teórico e segurança em relatar, inclusive, possíveis erros durante o atendimento psicoterápico.