Ganho ponderal e desfechos gestacionais em mulheres atendidas pelo Programa de Saúde da Família em Campina Grande, PB (Brasil)

Abstract

OBJETIVO: Descrever o ganho ponderal e sua associação com os desfechos gestacionais em gestantes do Programa de Saúde da Família no município de Campina Grande, PB. MÉTODOS: Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo desenvolvido de março de 2005 a março de 2006. O peso gestacional foi avaliado a cada quatro semanas a partir da 16ª semana gestacional. O cálculo do índice de massa corporal seguiu os critérios de Atalah (1997), adotados pelo Ministério da Saúde, e o ganho ponderal foi avaliado segundo recomendações do Institute of Medicine (1990). RESULTADOS: O estudo foi concluído com 118 gestantes, entre as quais a média de idade foi de 23 anos. As incidências de ganho de peso excessivo, no segundo e no terceiro trimestres, foram iguais a 44% e a 45%, respectivamente. A hipertensão arterial gestacional foi observada em 8,5% da amostra, sendo estatisticamente significante a sua associação com o estado nutricional inicial (p=0,02). Não houve casos de diabetes gestacional e 34% das gestantes tiveram partos cirúrgicos. O estado nutricional inicial de sobrepeso/obesidade, bem como o ganho de peso excessivo nos dois trimestres estudados, apresentou associação significante com o estado nutricional pós-parto (p<0,001). CONCLUSÃO: A alta incidência de ganho de peso gestacional excessivo na coorte estudada e a associação do sobrepeso/obesidade inicial com os desfechos maternos são preocupantes e merecem a atenção dos serviços locais de saúde devido às suas implicações para a saúde da mãe e do feto.

Nutritional status and weight gain in pregnant women

“…The evaluation of the nutritional status showed that a high percentage of the women started the pregnancy overweight/obese, a result slightly higher to that found in other studies developed in the primary healthcare system (7)(8)(9) . A cohort study that followed more than 3000 women attending general prenatal services of the Brazilian National Health System (SUS) found that 29%…”

“…Other studies also found high percentages of pregnant women with weight gain above the recommended: 29% in Rio de Janeiro (17) ; 36% in Sao Paulo (18) ; 39%, 44% and 56% in pregnant women who started the pregnancy underweight, with adequate weight and overweight/obese, respectively, in Recife (9) ; 44% in Campina Grande, PB (8) ; and 45% in Rio Grande do Sul (11) . In addition to being associated with pre-gestational overweight/ obesity, excessive weight gain has been associated with the social variables of the women, such as better education and stable marital status (with partner) (9) .…”

“…Another longitudinal study, conducted with pregnant women attending the Family Health Program of Campina Grande, PB, found 28% initially overweight/ obese, a condition statistically associated with gestational arterial hypertension and the postpartum nutritional status (8) . A descriptive study with 240 pregnant women of low obstetric risk, attending a public prenatal service of the municipality of Recife, PE, verified that 26% were initially overweight/obese, which was associated with excessive weekly weight gain (9) .…”

“…Although many studies emphasize excessive weight gain as an issue that requires immediate attention in the prenatal services (3)(4)(8)(9)11,(17)(18) , the finding that a high percentage of pregnant women presented insufficient weight gain (36.4%) is also disturbing, a situation that is associated with increased risk of premature birth and low birth weight (4,20) . These findings reinforce the importance of nutritional monitoring in the prenatal period, which should focus on modifiable variables, such as weight gain and the diet, and benefits women at risk of both excessive and insufficient weight gain (21) , through the monitoring of weight gain and guidance on healthy eating practices (1) .…”

Índice de massa corporal e ganho de peso gestacional como fatores preditores de complicações e do desfecho da gravidez

“…Em relação ao período gestacional, o maior risco para complicações são para as gestantes obesas, que estão suscetíveis a diabetes, hipertensão, parto cirúrgico, enquanto seus filhos são mais propensos a apresentarem macrossomia, riscos de malformação fetal e maior mortalidade perinatal [6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17] . No entanto o baixo peso materno também aumenta os riscos de desfechos desfavoráveis para a mãe e para o concepto, entre os quais pode ser citada a restrição de crescimento intrauterino e a prematuridade 6,7,18,19 .…”