O saudoso poeta gaúcho Mario Quintana, num breve e belo poema sobre o tempo, sentenciava: "A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! [...] Quando se vê passaram 50 anos!". Sem o mesmo tino poético ou sabedoria ancestral, eu poderia dizer: "A tese é o dever que nós trazemos para fazer em casa... no trabalho... na biblioteca... na praia... no domingo em família.Quando se vê, já acabou a bolsa! Quando se vê, já estouramos o prazo!". Acrescente-se: "Por completa incapacidade do autor de administrar e controlar o tempo de sua vida acadêmica".Trocadilhos à parte, lá se vão mais de dez anos de pesquisa. Da primeira iniciação científica sobre a obra Doze contos peregrinos ao presente texto, muita coisa mudou. Eu mudei muito.No percurso, uma série de descobertas, desencontros, descaminhos e novas oportunidades.Algumas pessoas permaneceram, incólumes à insidiosa ação do tempo, outras se perderam no tortuoso labirinto da vida. Fazem agora parte de um conjunto de memórias... algumas doces, outras amargas. No espaço de uma tese, o espaço de uma vida. Minha profunda gratidão a todos que me ampararam afetiva e intelectualmente no caminho. Essa tese leva muito de vocês, embora a responsabilidade sobre o que foi escrito seja integralmente minha.Das muitas permanências, agradeço, em primeiro lugar, ao prof. Dr. José Alves de Freitas Neto. Éramos outros quanto tudo isso começou. Por acreditar nessa pesquisa desde o início, meu muito obrigado! Para além da orientação dispensada a este trabalho, sou grato pelos cursos, sugestões, críticas, indicações bibliográficas e pistas de pesquisa que me acompanharam por toda uma vida universitária. Zé, sua paixão pela Nuestra América marcou indelevelmente os rumos da minha formação acadêmica. Agradeço também à profa. Dra. Miriam Viviana Garate pelas indicações e críticas sugeridas no exame de qualificação. Suas sugestões enriqueceram o texto e deram mais consistência aos argumentos desenvolvidos na tese. À profa. Dra. Adriane Vidal Costa, meu profundo agradecimento. Seu trabalho e, particularmente, suas reflexões sobre literatura hispano-americana me acompanham desde a graduação. Sua leitura criteriosa, generosa e propositiva, desde o mestrado. Agradeço por gentilmente ter aceitado o convite de fazer parte do exame de qualificação e também dessa comissão julgadora. Também fazem parte dessa comissão julgadora as professoras Doutoras Silvana