“…Após a publicação, em 1976, da obra de Carol Smart "Women, crime and criminology: A feminist critique" 6 , ao longo de vinte e cinco anos são realizadas inúmeras investigações em diversas áreas de intersecção entre género e crime, alargando o foco da mulher vítima para a inclusão da mulher que comete crimes, e também com a realização de estudos sobre a participação da mulher -como agente activo -nas instâncias formais de controlo. Estes novos estudos sobre a mulher na criminologia, realizados nas décadas de oitenta e noventa do século XX, podem ser categorizados em dois grandes tópicos: estudos sobre mulher e crime e estudos sobre mulher e justiça (Heidensohn, 1997). Os primeiros dizem respeito à investigação realizada sobre o género e a actividade criminal apresentando a perspectiva das mulheres sobre o seu envolvimento, quer no crime de um modo geral 7 (e.g, Carlen, 1988), quer em formas específicas de desviância 8 : no tráfico e consumos de drogas (e.g., Mahler, 1997), na prática de violência em gangs (e.g., Campbell, 1984, Chesney-Lind, 1993, citados por Miller, 2001, ou na prostituição (e.g., Phoenix, 2000).…”