“…institucionalizem normas e práticas inclusivas de gênero, é preciso que a instituição conheça os desafios à participação político-institucional enfrentados pelas mulheres.Há barreiras diversas para a participação político-institucional feminina, decorrentes da socialização de gênero e da (falta de) condições para que a ambição política delas se manifeste (BIROLI, 2018), sendo mais evidentes, quanto mais identidades subalternizadas se sobrepuserem sobre os mesmos corpos. Essas barreiras são traduzíveis na essência do slogan feminista "o pessoal é político", que joga luz sobre o insulamento doméstico, os serviços e o cuidado que compõem a ideia de "dupla jornada" de trabalho e que reduz o tempo disponível para a vida pública(MIGUEL, 2014). O público, como locus da cidadania, pertence aos homens e o privado, da família, é das mulheres (PINTO, 2001) e, mesmo que a entrada delas no mercado de trabalho, as tenha exposto aos espaços públicos, segundo sustenta SilviaFederici (2019), em vez de lhes trazer autonomia, aumentou a opressão, porquanto a divisão sexual do trabalho e do cuidado, na esfera doméstica, não foi alterada e representa, segundo FláviaBiroli (2018), um limite à própria democracia.As dificuldades enfrentadas por mulheres para participação, segundo a categoria presença definida por Smith, portanto, passam a título exemplificativo, por: tempo de engajamento reduzido devido ao acúmulo do trabalho extra-lar com as tarefas domésticas e de cuidado não remuneradas; horários de reuniões; com quem deixar filhos para poder participar; segurança e transporte para os locais de reunião.…”