“…Ao passo que gênero desvela-se por meio de símbolos, normas e instituições que definem os modelos socialmente esperados para masculinidade e feminilidade, a sexualidade, por sua vez, surge como um constructo cultural que revela-se por meio de gestos, discursos, atitudes, posturas, olhares, silêncios e comportamentos. [1][2] Neste sentido, a lógica hegemônica em que, historicamente, gênero e sexualidade têm se configurado, corrobora para a construção de uma coerência "natural" e "inerente" entre sexo-gênero-sexualidade. Tal coerência, entretanto, vê-se rompida pela figura da travesti, que vivencia a feminilidade em um corpo (biológico) de homem, com características femininas tanto quanto masculinas, em que coexistem homem e mulher.…”