O presente artigo tem por objetivo defender a aplicação do conceito de grupo vulnerabilizado a mulheres migrantes, a partir de um olhar interseccional sobre a temática, pautando sua argumentação na construção da terminologia grupos vulnerabilizados, para além de grupos vulneráveis e minorias, à medida em que a sociedade e as instituições vulnerabilizam e marginalizam os sujeitos e não suas condições pessoais. Busca-se demonstrar o processo de vulnerabilização de mulheres em situação de migração, considerando o marcador de gênero como fator importante nos fluxos migratórios, à vista da violência de gênero, que diferencia os percursos femininos dos percursos masculinos. Utiliza-se a interseccionalidade como ferramenta teórica e metodológica apta a evidenciar as diversas opressões impostas aos corpos migrantes e femininos, a partir das categorias gênero, raça, etnia e nação. O método de abordagem utilizado foi o método dedutivo e os procedimentos adotados foram a pesquisa bibliográfica e documental. Concluiu-se que a aplicação do conceito de grupo vulnerabilizado às mulheres em situação de migração é possível, uma vez que a sobreposição das categorias de gênero e de pessoa em deslocamento intensificam as experiências de opressão enfrentadas por essas mulheres quando da migração. Ressalta-se o ineditismo e a originalidade do trabalho, bem como sua relevância social, considerando que a discussão proposta pode contribuir para avanços normativos e para a elaboração de políticas públicas em favor de mulheres em contexto migratório.