Neste trabalho, fazemos um levantamento das pesquisas brasileiras que abordam questões de gênero e sexualidade na formação docente. Foram feitas buscas por artigos na plataforma Scielo, que mapeou publicações de 1998 a 2018, e por produções acadêmicas defendidas e postadas no período de 2010 a 2020 na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Inspiradas no tipo de pesquisa de Estado da Arte, buscamos apresentar as lacunas, potencialidades e tendências da pesquisa na área, o que pode ajudar a dar visibilidade e força a um campo de estudo tão contestado atualmente. Os resultados apontam para o aumento da produção nas últimas duas décadas, a recente intensificação das pesquisas pós-críticas, o deslocamento dos conceitos de gênero e sexualidade, que passam de categorias vinculadas a aspectos biológicos para construções sociais, e a forte relação entre o contexto das políticas públicas na educação e a produção acadêmica. As pesquisas descrevem aspectos da formação docente que, em geral, desenvolvem apenas ações pontuais e pouco embasadas, reforçando com isso os padrões de gênero e sexualidade. Assim, atestam a necessidade de que essa formação discuta e considere os estudos de gênero e sexualidade para contribuir na superação das práticas de normalização, exclusão, preconceito e desigualdade.