RESUMO Tendo em vista a pouca atenção dada às práticas orais e à avaliação da oralidade na universidade, neste trabalho, ampliamos as discussões em torno dos gêneros orais mediadores dos letramentos acadêmicos. Analisamos as práticas com gêneros orais e os critérios de avaliação da oralidade adotados por docentes de oito licenciaturas. Articulamo-nos a perspectivas teóricas diversas para tratar da oralidade como prática social e multimodal e da avaliação da oralidade em seus elementos linguísticos e não linguísticos. De natureza qualitativa, nesta pesquisa, utilizamos questionários com docentes de duas universidades públicas para coletar os dados. A análise das respostas permite compreender que há solicitações de trabalhos aos graduandos na modalidade oral, assim como adoção de recursos tecnológicos variados; quanto à avaliação das produções, enfoca-se sobretudo o conteúdo e a apropriação do conhecimento, com poucas menções aos aspectos multimodais da fala. Reforçamos a necessidade de mais intervenções nas licenciaturas, que não apenas insiram os estudantes em gêneros orais acadêmicos, como também promovam atividades explícitas de planejamento, produção e avaliação, que propiciam o desenvolvimento de capacidades de linguagem para atuação neste contexto.