A amputação do membro caracteriza um importante fator de incapacidade física, requerendo amplos cuidados desde o momento da pré-amputação, passando pelo processo propriamente dito e indo até a recuperação funcional do paciente. Suas principais causas são necrose tecidual causada por doença vascular, más-formações congênitas, infecções, tumores e traumas. As mais importantes são complicações do diabetes e doença vascular periférica, com cerca de 75% dos casos, e o trauma, com 20%. Estima-se que a incidência de amputações de membros inferiores seja de 2,8 a 43,9 por 100.000 habitantes, dependendo da população estudada. O presente trabalho objetivou estudar pacientes com amputações de membros inferiores acompanhados no Centro Regional de Reabilitação de Araraquara (CRRA), Estado de São Paulo, Brasil. Foi realizado um estudo descritivo do tipo levantamento epidemiológico. A população de estudo foi de 181 indivíduos que deram entrada no CRRA entre os anos de 2001 e 2012. As fontes de informação foram os prontuários arquivados no Serviço e através de entrevista utilizando-se de formulário específico. Observou-se predomínio do sexo masculino (74,0%) e das faixas etárias de 18 a 44 anos e 45 a 64 anos, com 43,3% e 29,9%, respectivamente (p = 0,013). Os participantes mostraram baixo nível de escolaridade, com 80,1% correspondendo ao nível fundamental. Causas vasculares e traumáticas foram responsáveis por 49,7% e 40,9% das amputações, com predomínio das primeiras entre os indivíduos acima de 44 anos de idade e das traumáticas entre as faixas de 18 a 44 anos (p<0,0001). Os homens predominaram em ambas as causas, com valores de 89,2% entre as traumáticas e de 65,6% entre as vasculares (p < 0,0001). Presença de feridas infectadas anteriores à amputação ocorreu em 57,8% entre as vasculares e 13,2% nas traumáticas (p < 0,0001). Tabagismo esteve presente em 54,9% dos amputados por causa vascular e em apenas 20,9% dos participantes amputados pelas outras causas agrupadas (p < 0,0001). Com relação ao tipo de acidente que levou a amputação, os associados ao trânsito representaram 52,7% do total, com 86,5% entre os 18 e 64 anos de vida e com predomínio durante o período diurno (61,5%). Colisão com outro veículo (76,9%) e envolvimento com motocicletas (81,8%) foram os tipos mais comuns de acidentes. Indicação do uso de prótese foi verificada em 80,0% de amputados de causa vascular e em 97,3% nos indivíduos acometidos por causa traumática (p = 0,008). Observou-se considerável demora para a implantação de próteses nos pacientes que delas necessitam, com um tempo médio de três anos e um custo financeiro total de R$ 227.549,70. Palavras-chaves: 1. Amputação. 2. Epidemiologia. 3. Acidente de trânsito.