O objetivo do presente artigo foi analisar as inter-relações dos elementos naturais (solo, relevo, cobertura vegetal e clinografia) e sociais (usos da terra) que definem níveis de vulnerabilidade ambiental aos processos erosivos lineares (sulcos, ravinas e voçorocas) da bacia hidrográfica do rio dos Cachorros, Amazônia Oriental. Em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), as variáveis solo, relevo, clinografia, uso da terra e cobertura vegetal, assim como os níveis de vulnerabilidade ambiental aos processos erosivos lineares foram espacializados em mapeamentos, no qual as informações foram reambuladas a partir de trabalhos de campo realizados nos períodos chuvosos e de estiagem. Os resultados mostraram três classes (níveis) de vulnerabilidade ambiental, sendo baixa, média e alta. Nos setores de baixa vulnerabilidade ambiental e meio morfodinâmico estável (8,17% da área total) não foram observadas feições erosivas lineares, com a presença de vegetação de manguezal. Nas áreas de média vulnerabilidade ambiental e meio morfodinâmico intergrade (44,67% da área total), diante da vegetação secundária e mista com diversas fisionomias e níveis de coberturas vegetais identificou-se sulcos. Nos ambientes de alta vulnerabilidade ambiental e meio morfodinâmico fortemente instável (47,16% da área total), os sulcos e as ravinas apresentam-se em avançado estágio de degradação em área urbanizada e área industrial. Cabe ressaltar que os usos da terra modificam intensamente as dinâmicas ambientais e, por conseguinte, influenciam diretamente os níveis de vulnerabilidade ambiental aos processos erosivos lineares, tornando a vulnerabilidade diferencial e dinâmica, isto é, que altera-se ao longo do tempo histórico e em termos de padrões espaciais.