A Ciência Regional não explica fronteiras políticas e prefere falar de centros e periferias, sendo que estas são normalmente zonas de fronteira. Deixa assim para as ciências históricas, para a ciência política e para as ciências da guerra a explicação da fronteira, condicionadas pela geografia física e pelo poder do mais forte. O objetivo deste texto é perceber a fronteira do ponto de vista da ciência regional que estuda a interação das pessoas e dos sítios no território. Para isso propõe-se um modelo de análise das fronteiras com quatro tipologias: duas fronteiras estáveis de mercados terrestres e de mercados marítimos; e duas fronteiras instáveis de afetação igualitária de bens públicos e de fronteiras de afetação de rendas dos recursos naturais. Justifica a instabilidade das fronteiras e foca-se no desenho das fronteiras entre países marítimos, que visam garantir a segurança da costa em torno de dois portos, e terrestres, que visam a segurança de portelas terrestres e de algum acesso ao mar. A aplicação do modelo de análise a Portugal, Ucrânia, Brasil e Albânia serve para comprovar a generalidade do modelo que, ajustado à escala regional, implica a criação de regiões de montante e de jusante.