Estudar as características da ametista é importante para investigar possíveis correlações do ambiente de formação com a cor, uma vez que a cor é responsável por cerca de 50 a 60% da avaliação gemológica. Este estudo teve como objetivos a caracterização gemológica de amostras de diferentes depósitos de ametista do Brasil e a descrição geológica dos seus depósitos. As amostras foram coletadas de cinco localidades nos estados do Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG) e Rio Grande do Sul (RS) onde realizou-se análises de campo e da sua paragênese mineral. Após a análise morfológica, a realização da marcha analítica e o estudo das inclusões, verificou-se que as amostras oriundas de pegmatitos (Lavras Baixinho Demuner e Mattedi I em Santa Teresa - ES) possuem as melhores qualidades para uso como gema, com destaque para a amostra conhecida comercialmente como super seven. As amostras oriundas de depósito hidrotermal (Lavra Aspreno Novelli em Santa Teresa - ES) têm aplicação mais usual na indústria metalúrgica. As amostras provenientes de geodos em basaltos podem ser destinadas à coleção (Ametista do Sul – RS). Já as amostras de depósito secundário (Guaraciaba – MG) podem ser empregadas na indústria de refratários. As amostras das cinco localidades apresentam diferenças entre a forma dos cristais, o acervo de inclusões e qualidades gemológicas. Essas diferenças são suficientes para individualizar as ocorrências entre si, mas não para atribuir uma origem geográfica, pois as inclusões observadas são comuns e frequentes em depósitos de mesma origem geológica situados em localidades diversas. A qualidade gemológica e sua aplicabilidade está diretamente relacionada a sua origem geológica.