No mapeamento geológico (1.100.000) das folhas Jequitaí, Bocaiúva e Montes Claros, executado para a CPRM – Serviço Geológico do Brasil, foram reconhecidas sequências geológicas de idades mesoproterozóica, neopreoterozóica e fanerozóica. As rochas mais antigas (Mesoproterozóico) pertencem ao Supergrupo Espinhaço (indiviso), que aflora na porção sul da região enfocada abrangendo unidades siliciclásticas estruturadas em grandes anticlinais e metamorfizadas em fácies xisto verde. O Grupo Macaúbas (Neoproterozóico) ocorre nas bordas das faixas de exposição do Supergrupo Espinhaço, constituído por quartzitos e metadiamictitos, indivisos no mapa. O Grupo Bambuí (Neoproterozóico tardio) representa a sequência de maior expressão superficial, de natureza pelito-carbonática, onde se reconheceram as formações Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré e Serra da Saudade, da base para o topo. Na unidade intermediária foram ainda individualizados os horizontes mais potentes de rochas calcárias. Sobrepõem discordantemente a essas três sequências, depósitos cretácicos (formações Abaeté e Urucuia) e fanerozóicos (coberturas inconsolidadas). Em termos estruturais, a região constitui dois domínios: a sudeste e a leste, ocorre a margem oeste da Faixa de Dobramentos Araçuaí, em contato com o Cráton São Francisco, onde rochas do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Macaúbas encontram-se empurradas sobre a zona cratônica. Nesse outro domínio, sinclinais e anticlinais suaves expõem principalmente rochas do Grupo Bambuí. Os principais bens minerais explorados na região constituem diamantes, calcário e quartzo.
A pesquisa de fontes diamantíferas primárias no Brasil iniciou-se na década de 1960, culminando com a descoberta da mineralização no kimberlito Canastra-1, que representa a primeira fonte primária com teores economicamente viáveis do país. O kimberlito aflora na região da Serra da Canastra, nas cabeceiras do rio São Francisco. A intrusão é constituída de dois blows alinhados segundo NW-SE, o trend estrutural da região definido em metassedimentos do Grupo Canastra. O blow menor (NW), quase circular e com ±0,8 ha de área, possui teores desprezíveis em diamantes. O outro (SE), com quase 1 ha, é mineralizado a um teor médio de 12-18 ct/100 t de rocha. Variações significativas também são verificadas em relação às fácies petrográficas do kimberlito, homogênea no blow NW, enquanto a SE é heterogênea, ocorrendo a mistura de várias fácies. A curta distância entre os blows (<40 m) pressupõe que ambos se juntem em profundidade, constituindo, então, apófises da mesma intrusão. A química mineral dos indicadores revelou forte semelhança com alguns corpos kimberlíticos africanos diamantíferos. Dados obtidos na lavra experimental indicaram uma qualidade excelente para os diamantes do kimberlito, estimando-se um valor médio em torno de US$ 180-200/ct.
Na última década, ganhou força a nível internacional manifestação destinada a reconhecer a origemdos diamantes no comércio varejista, de modo com que se evitasse a compra de pedras produzidas depaíses africanos em estado de guerra civil. Essa campanha levou à implementação do “Certificado doProcesso de Kimberley”, emitido por países produtores de diamantes, incluindo-se o Brasil. Entretanto,junto com a aceitação geral de tal certificado, diversos estudos têm procurado definir parâmetros deconferência de que os mesmos seriam eficazes. No decorrer desses acontecimentos, diversos doscertificados brasileiros foram colocados em dúvida, com a possibilidade de inclusão de diamantesprovenientes de outros países nos lotes, permitindo assim, em princípio, a inclusão de pedras de paísesbeligerantes. Os estudos realizados sobre lotes de diamantes das principais áreas produtoras de MinasGerais, têm demonstrado que é plenamente possível identificar a proveniência de lotes representativosde diferentes áreas, através da definição de parâmetros básicos que, integrados e tratados estatisticamente,podem fornecer uma assinatura típica para cada uma delas.Palavras-chave: diamante, mercado internacional, Certificado Kimberley. ABSTRACT:In the last decade, the international market happened a great worldwide manifestation which objectiveto recognize the origin of the diamonds in the retail trade, with the purpose to restrict the acquisitionof stones from African countries in civil war state. This campaign led the implementation of the“Certificate of the Process of Kimberley”, emitted for producing diamond countries, including Brazil.However, together with the general acceptance of such certificate, several studies have looked fordefining conference parameters of that the same ones would be efficient. In elapsing of these events,some of the brazilian certificates it had been placed in doubt, with the possibility of inclusion ofdiamonds proceeding from other countries in these lots, thus allowing, in principle, the inclusion ofstones from belligerent countries. The studies carried through on lots of diamonds of the mainproducing areas of Minas Gerais, have demonstrated that it is fully possible to identify the provenance of representative lots of different areas. In this way, through the definition of basic parametersintegrated and treated by statistic manner, can supply a typical signature to each one of thesedeposits.Keywords: diamond, international market, Kimberley Certificate.
Amethyst quartz deposits occur in some regions of Minas Gerais state, Brazil, related to different geological environments. The most important are associated with hydrothermal veins crossing the Espinhaço mountain range, mainly in small and eroded mountains near its east margin, related to the Macaúbas Group. In the border region between the states of Minas Gerais (MG) and Bahia (BA), some of these deposits produce amethyst crystals that become green under heat treatments and are known in the gemmological market as “prasiolite.” The aim of the present study was to provide details of the clear structural control over the mineralized veins. The quartz veins are hosted in quartzites, which have long been the subject of controversy regardingtheir stratigraphic position. In this study, they are inserted into the Santo Onofre (MG) and Serra de Inhaúma (BA) sequences of unknown ages. These quartzites show a folded subvertical foliation, indicating a posterior deformational phase that had not been observed in rocks from the Macaúbas Group in other regions of MG state. At the Montezuma mine (MG), the main veins are around 0.70-1.10 m thick with steep dips to the NE, perpendicular to the NE-SW foliation; bedding orientation is approximately N-S, dipping to the E. In the Coruja mine area (BA), host quartzites have foliation attitudes varying between N35-45°E/ subvertical, and mineralized veins are around 1 m thick, nearly concordant with the foliation. At Tibério’s mine (BA), the mineralization is related to narrow fractures, less than 30 cm wide, and perpendicular to the host quartzite foliation, with directions/dips around N20°W/80°SW. In described deposits, amethyst veins occur structurally related to axial surfaces in foliation folds.
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