A displasia coxofemoral (DCF) consiste no desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral. Conforme o animal cresce, os tecidos moles de sustentação não se desenvolvem na mesma taxa que as estruturas ósseas, ocorrendo frouxidão articular e consequente perda da congruência entre a cabeça do fêmur e o acetábulo.Fatores como idade, sexo, conformação e massa muscular pélvica podem estar relacionados com o desenvolvimento da DCF (Marschall e Distl, 2007, citado por Vieira, 2007.
Todas as raças caninas podem apresentar DCF, mas sua prevalência é maior em raças de grande porte.Radiograficamente, observam-se arrasamento acetabular e achatamento da cabeça do fêmur, além de subluxação ou luxação coxofemoral, entre outras alterações osteoartróticas secundárias (Lust et al., 1985, citado por Tôrres, 1993.Vários parâmetros quantificam o desenvolvimento anormal da articulação. A quantidade de força, a qual a articulação é submetida, é influenciada pelo ângulo de inclinação (AI) ou ângulo cervicodiafisário. Quanto maior for o AI, maior será a carga suportada pela articulação. Consequentemente, haverá aumento da força exercida pelos músculos abdutores pélvicos para manter o equilíbrio articular (Weigel e Wasserman, 1992). A diminuição do AI também resulta em mudanças nas forças intra-articulares e pode influenciar no desenvolvimento de alterações patofisiológicas da DCF (Hauptman et al., 1985).