As representações do relevo, transcritas pela cartografia geomorfológica, suscitam discussões historicamente pautadas pela complexidade multiescalar das feições e processos vinculados à modelagem da superfície. Sobretudo desde a década de 1950, considera-se que um mapa geomorfológico deve representar, de modo integrado, informações referentes à dimensão (morfometria), aspecto (morfografia), origem (morfogênese), processos atuantes (morfodinâmica) e a idade (morfocronologia) do relevo. No âmbito dos preceitos mencionados, este trabalho objetivou analisar mapas geomorfológicos de distintos recortes espaciais, escalas, datas e contextos de relevo sob a perspectiva teorética, que compreende conceitos e pressupostos da cartografia geomorfológica, e temática, que contempla a implantação gráfica e construção da legenda. Foram analisados 57 mapas geomorfológicos, categorizados em: mapeamentos nacionais, de regiões (recortes geográficos específicos) e de estados do Brasil. Adotou-se como critério de análise temática as variáveis visuais, no âmbito da semiologia gráfica, para cada aspecto geomorfológico elementar potencialmente mapeado: morfometria, morfografia, morfogênese, morfodinâmica e morfocronologia. Os resultados evidenciaram que os mapas nacionais possuem sofisticados sistemas de legenda, os mapas de regiões atendem demandas especializadas e os mapas estaduais priorizam o mapeamento de grandes unidades morfográficas. 56% dos mapas analisados representaram todos os aspectos geomorfológicos requeridos, ainda que alguns de modo implícito. Individualmente, a morfogênese (61,4%) e a morfografia (52,6%) foram os aspectos mais enfatizados nos mapas analisados. Conclui-se, por fim, que as concepções multiescalares têmporo-espaciais e teórico-metodológicas intrínsecas aos mapeamentos, além das características do relevo local, são fatores que dificultam padronizações e replicações de legendas.