O presente trabalho pretende explicitar o contexto de formação e as principais propostas de uma experiência efêmera, mas não por isso menos significativa, ocorrida na França do entreguerras: o Collège de Sociologie. Fundado em 1937 para ser um grupo de estudos em torno de alguns temas de interesse comum entre seus organizadores – Georges Bataille (1897-1962), Michel Leiris (1901-1991) e Roger Caillois (1913-1987) – o grupo teve também o intuito de ser um lócus de ação política. A noção de sagrado, clássica na teoria antropológica francesa a partir de seu uso no trabalho de Émile Durkheim (1858-1917), Les formes eléméntaires de la vie religieuse (1912), ganha no Collège grande destaque: busca-se compreender essa idéia e, mais que isso, torná-la uma prática. Nesse sentido, há uma leitura renovada da noção mobilizada pela antropologia precedente: o sagrado é tanto objeto de estudo quanto perspectiva de análise que permite olhar para a sociedade contemporânea e, no limite, transformá-la.