INTRODUÇÃOS egundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2007 o Brasil apresentava uma taxa de fecundidade total (TFT) de 1,95 filho por mulher. Não obstante, diversas pesquisas têm identificado a existência de subgrupos populacionais com altas taxas de fecundidade total, chegando em alguns casos, a seis filhos por mulher. Essas pesquisas quase sempre analisam os diferenciais de fecundidade a partir de escolaridade, renda, região geográfica e raça (Berquó e Cavenaghi, 2005;Horta, Carvalho e Nogueira, 2005;Alves, 2004;Fundação Seade, 2004; IBGE, 2000;Lam e Duryea, 1999), e deixam de lado aspectos relacionados ao trabalho e à ocupação da mulher (Dias Júnior, 2007). Nesse sentido, o objetivo, neste artigo, é examinar como o comportamento reprodutivo, representado pelo número de filhos, pela idade ao ter os filhos e pelo intervalo intergenésico, pode estar associado à ocupação da mulher.Este estudo parte da hipótese de que determinados tipos de ocupação estão associados a diferentes estratégias utilizadas pelas mulheres em relação à fecundidade. Espera-se que, entre as mulheres mais qualificadas, que normalmente estão inseridas na parcela mais competitiva do mercado de trabalho (cuja formação acadêmica é um pré-requisito, e o constante aperfeiçoamento profissional, uma exigência), o custo de