Grandes empresas e uso corporativo do território: o caso do circuito espacial produtivo da laranja

Abstract

No período atual, as grandes empresas fazem uso dos territórios de acordo com seus interesses e demandas e balizados pelo capital internacional. Assim, o uso de pontos selecionados do território nacional fica submetido a uma lógica que, por intermédio de uma empresa global, acaba sendo uma lógica global. Este artigo busca compreender como se dá o uso corporativo do território brasileiro pelas principais processadoras de suco de laranja instaladas no Brasil (Cutrale, Citrosuco, Citrovita, Coinbra/Dreyfuss, Cargill, entre outras), através do Circuito Espacial Produtivo da laranja e dos Círculos de Cooperação no Espaço decorrentes desta produção. Algumas áreas agrícolas nacionais são chamadas a participar de um processo de modernização atual, lugares onde o processo de globalização se territorializa.

Mercados institucionais da agricultura familiar

“…Na organização do processo produtivo, o leite é recolhido das fazendas pertencentes à empresa em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, de onde flui para os pequenos e médios municípios onde estão suas usinas de processamento para ser finalizado. Até a lenha que alimenta as caldeiras da fábrica, oriundas de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, são produzidas em fazendas de propriedade do grupo (TOLEDO; KAHIL, 2004). Fredericq (1981apud SILVA, 1997) defende a tese de que a Nestlé foi uma das principais responsáveis pela escassez do leite fluido nos grandes centros consumidores do país, principalmente a partir da compra massiva de leite cru para a produção de derivados lácteos.…”