Já não é novidade o reconhecimento de que em uma escala global, as maiores ameaças à biodiversidade decorrem da crescente ocupação das paisagens naturais por atividades antrópicas, sendo que a remoção dos hábitats naturais e a formação de fragmentos menores e isolados são as consequências diretas dessa ocupação (Foley et al. 2005). Além desses fatores, mudanças climáticas globais causadas por atividades antrópicas têm sido sugeridas como responsáveis potenciais por alterações significativas nas distribuições das espécies, podendo atuar como uma causa relevante de sua extinção em um futuro próximo (Thomas et al. 2004).Nesse contexto, um dos problemas enfrentados pelos conservacionistas no sentido de reverter os efeitos dessas ameaças é identificar de maneira rápida e barata as áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade e apresentar aos tomadores de decisão informações relevantes que sejam capazes de orientar as políticas públicas.Essa busca é geralmente comprometida pelo fato de que os dados em escalas mais precisas de distribuição dos organismos são escassos e muito caros para serem adquiridos em quantidades suficientes e de maneira sistemática (Ottaviani et al. 2004).Esse cenário é ainda mais preocupante ao considerarmos a crescente demanda de uso e ocupação do solo, que requer o posicionamento imediato dos tomadores de decisão, os quais não podem decidir com base na ausência de informações.Sendo assim, os conservacionistas e tomadores de decisão têm o desafio de identificar áreas importantes e estabelecer estratégias para a conservação da biodiversidade, ainda que com dados incompletos, antes que as alterações geradas pelo desenvolvimento exterminem as espécies.