Introdução: em uma pandemia milhares de pessoas sofrem o processo do luto, a perda do ente querido mobiliza significativamente o bem-estar levando, por vezes, o comprometimento da sua saúde mental de curto a longo prazo. O luto em pandemias pode influenciar toda a estrutura social e psíquica principalmente quando não há espaço para socialização e apoio emocional, já que há a instalação do distanciamento social, da interrupção dos habituais ritos da cultura ocidental e falta de protagonismo do luto devido a quebra de um vínculo próximo. Método: foi feito um levantamento bibliográfico do período de 2019 a 2021 nas bases de dados Bireme e EBSCO, sendo usados os descritores luto, enlutados, pandemia e covid-19 e as correspondentes em inglês e espanhol, sendo selecionados 25 artigos, que após leitura dos resumos foram reduzidos a 7, que abordavam diretamente o assunto do presente trabalho. Resultados: os artigos demostraram que está incluído no processo de luto a complexidade e a subjetividade, assim como, a necessidade do tempo para uma reorganização interna do enlutado. Os rituais fúnebres tendem a amenizar a dor da perda, no entanto, em momentos em que esses rituais estão proibidos e mudanças intensas acontecem ao entorno do luto, torna-se importante pensar e discutir sobre a complicação desse sentimento de enlutamento bem como preparar o sistema de saúde para auxiliar as pessoas que desenvolverem o luto complicado. Conclusão: a pandemia de COVID-19 trouxe mudanças drásticas nas circunstâncias que cercam a morte e o luto, deixando milhões de pessoas em condições adversas para a elaboração da perda de seus entes queridos, isso tende a se tornar um problema de saúde pública ao longo dos próximos anos sendo, portanto, um assunto que deve ser discutido com prioridade, principalmente levando-se em consideração as circunstâncias brasileiras em que temos um número avassalador de mortes e um governo pouco colaborativo e descuidado, além de poucas pesquisas ao entorno do tema.