O presente trabalho avaliou o efeito de baixas doses de radiação X no processo de reparação tecidual em feridas suturadas e não suturadas em ratos. Para tanto, foi produzida nos animais uma ferida medindo 20 x 5 mm, sendo suturada ou não, dividindo-se os animais em 4 grupos: controle sem sutura, irradiado sem sutura, controle com sutura e irradiado com sutura. Os animais irradiados foram, no momento da irradiação, protegidos com um avental de chumbo de 2 mm de espessura com uma abertura, a qual permitia que fosse exposta somente a ferida cirúrgica. Cada animal sofreu 18 segundos de irradiação, totalizando 7,4 rad. O processo de reparação tecidual foi avaliado pela coloração por hematoxilina-eosina, verificando-se a morfologia do tecido de granulação e a impregnação argêntica para observação da síntese de colágeno, através da microscopia de polarização. Os resultados mostraram que a radiação, apesar de ter causado atraso, não impediu a reparação tecidual, sendo que o grupo que sofreu irradiação e não foi suturado mostrou maior retardo, quando comparado aos outros grupos.UNITERMOS: Suturas; Radiação ionizante; Cicatrização de feridas.
INTRODUÇÃODescoberta há cerca de 100 anos, a radiação X continua a trazer grandes benefícios aos seus usuários. Entretanto, sabe-se da ação lesiva da radiação X sobre o tecido vivo, sendo conhecido também que baixas doses de radiação levam a um retardo no processo de reparação tecidual 1,2,14,18,19 . O retardo produzido pela radiação na cicatrização de feridas, segundo BRYANT et al. 5 (1968)