Introdução É notória a relação entre medidas de saúde e variáveis sócio-econômicas, estudada segundo diferentes abordagens teóricas. Do ponto de vista econômico, por exemplo, isso se deve à importância da saúde como um determinante fundamental da capacidade produtiva das pessoas 1,2 . Ter boa saúde significa estar mais disposto a exercer atividades dentro e fora do mercado de trabalho. No campo sociológico, os estudos focam a interação entre condições de saúde e fatores socioculturais e biossociais, como status marital, religião, posição na família, raça, gênero, entre outros 3,4 . Esses fatores refletem a posição do indivíduo na sociedade e condicionam sua forma de viver e interagir, com conseqüências para a saúde. De forma análoga, a epidemiologia social procura analisar como os determinantes sócio-econômicos e comportamentais influenciam a distribuição de doenças no âmbito populacional 5,6 .A despeito do arcabouço teórico utilizado, é amplamente difundida a importância dos determinantes sociais sobre as condições de saúde de indivíduos e populações 7,8 . Determinantes esses dados por fatores econômicos, educacionais, sociais, culturais, raciais, psicológicos e comportamentais, que influenciam a ocorrên-cia de doenças na população e sua exposição a fatores de risco 9 . Eles se desdobram, ainda, em valorações subjetivas distintas do estado de ARTIGO ARTICLE