Hemodiluição normovolêmica aguda em cirurgias de deformidade da coluna

Abstract

Objective To prospectively compare the clinical and laboratorial aspects of patients undergoing spine deformity surgery, using the acute normovolemic hemodilution technique with tranexamic acid, versus a control group with tranexamic acid alone, and to evaluate the influence of hemodilution in intraoperative bleeding and the need for homologous transfusion. Materials and Methods Comparative prospective study with patients aged between 12 and 65 years undergoing spine deformity surgery with the acute normovolemic hemodilution technique associated with tranexamic acid versus a control group to which only tranexamic acid (15 mg/kg) was administered. Laboratorial exams were performed and analyzed in three different moments. Results A total of 30 patients were included in the present study: 17 in the hemodilution group, and 13 in the control group. The mean duration of the surgery in the hemodilution group was longer. The number of levels submitted to surgery ranged from 7 to 16 in the hemodilution group, and from 4 to 13 in the control group. Osteotomy, predominantly of the posterior kind, was performed in 20 patients. There was more intraoperative bleeding in the control group. All patients were stable during the procedures. Only 6 participants needed homologous blood transfusion, mostly from the control group ( p > 0.05). Conclusion There was no significant difference between the two groups regarding the need for blood transfusion and intraoperative bleeding. The severity of the deformity was the main determinant for homologous blood transfusion.

Papel da hemodiluição normovolêmica aguda na taxa de transfusão de sangue homólogo nos pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de escoliose

“…Entretanto, ela causa diluição proporcional de todos os fatores de coagulação e plaquetas, levando a um prolongamento do tempo de ativação da protrombina (TAP) e do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), mas a correlação desses achados com aumento de sangramento cirúrgico não foi confirmada (INNERHOFER et al, 2002;ZAUDER, 1991). Estudos mais recentes também constataram prolongamento do TAP nos pacientes, mas sem repercussões clínicas (BATISTA et al, 2018;OPPITZ;STEFANI, 2013). Esse prolongamento do TAP pós-operatório pode ocorrer pela disfunção da agregação plaquetária, pela sobrerregulação da coagulação em resposta ao estresse cirúrgico e consumo de fatores de coagulação, principalmente na escoliose neuromuscular (BOSCH et al, 2016;DHAWALE et al, 2012).…”

“…O uso da HNA neste estudo auxiliou no controle do sangramento, porém não a ponto de evitar a transfusão isoladamente. Os autores desse estudo acreditam que uma casuística maior poderia comprovar a eficácia da HNA na comparação com fibrinolíticos isolados (BATISTA et al, 2018).…”

“…Para controle da hemostasia, pode ser usada a reposição volêmica endovenosa com soluções acelulares ou com hemoderivados homólogos ou autólogos(BAIRD et al, 2015). Estudode Guay et al (1994) estimou as perdas sanguíneas cirúrgicas em 76 ml/kg, equivalente a mais de uma volemia, enquanto em outros estudos essas perdas foram estimadas em 10 -30 ml/kg(BATISTA et al, 2018;EL-DESSOUKY;WALY;NARS, 2011;MODI et al, 2010). Além desses fatores, existem os relacionados ao paciente, como sexo, maturidade esquelética, ângulo de Cobb, cifose, valor do tempo de tromboplastina parcial ativada, nível de fibrinogênio e fase do ciclo menstrual…”

“…Elas são armazenadas à temperatura ambiente para preservar a função plaquetária (GILLON; THOMAS;DESMOND, 1996;KREIMEIER;MESSMER, 1996;NAPIER et al, 1997). Essa técnica é atraente, pois fornece uma fonte prontamente disponível de novos componentes sanguíneos autólogos e de fatores de coagulação(CARLESS et al, 2004).Em cirurgias de correção de escoliose, a quantidade de perda sanguínea intraoperatória é imprevisível(HASAN et al, 2017), ocorrendo devido à rica vascularização local, ampla exposição e ao tempo cirúrgico prolongado(BATISTA et al, 2018;EL-DESSOUKY;WALY;NARS, 2011;MODI et al, 2010).Muitos estudos relataram os fatores que afetam a perda de sangue na cirurgia de escoliose, e fatores como a hipotensão, a anemia e a coagulopatia por depleção aumentam a quantidade de unidades transfundidas(DHAWALE et al, 2012).…”

“…A média de valores de hemoglobina e hematócrito no pré-operatório foi, respectivamente, 13,53 ± 1,29 g/dL e 40,33 ± 3,25 % no grupo Hemodiluição e 12,95 ± 1,72 g/dL e 38,04 ± 4,78 % no grupo Controle. Apesar de o grupo Hemodiluição apresentar maiores médias de valores de hemoglobina e hematócrito pré-operatório, já que 7 de 16 pacientes realizaram tratamento pré-operatório com eritropoietina e/ou ferro, as médias observadas entre os grupos não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.Durante correção cirúrgica, ocorre maior sangramento nas escolioses de etiologia neuromuscular do que nas de etiologia idiopática congênita(DHAWALE et al, 2012;MODI et al, 2010;SHAPIRO;SETHNA, 2004) principalmente pela maior extensão da artrodese(MODI et al, 2010), com possível relação com uso de anticonvulsivantes e subnutrição(BATISTA et al, 2018). A perda sanguínea estimada na cirurgia para correção de escoliose idiopática é de 1.300 -2.200 ml em comparação com 2.000 -4.000 ml na escoliose neuromuscular (SHAPIRO; SETHNA, 2004).…”