, AL). The history of sewage contamination in the Mundaú-Manguaba estuarine lagoon system (NE Brazilian coastal zone) was evaluated through the concentration of sterols in sediment cores. The concentration of coprostanol increased towards the surface sediments, with the maximum of 5.65 µg g -1 at 0-2 cm sediment layer in Mundaú. Manguaba exhibited a lower level of contamination. The ratio cholestanol/cholesterol suggested degradation of coprostanol only before the burial of organic matter in the sediment. This feature, together with information of population growth in the watershed, allowed the estimation of a sedimentation rate of 0.90 cm year -1 to the Mundaú lagoon.Keywords: fecal contamination; sediment core; coprostanol.
INTRODUÇÃOOs esgotos domésticos são um dos principais vetores de contaminação para ambientes aquáticos, devido ao grande volume produzido diariamente e por conter, além de matéria orgânica, diversas outras classes de contaminantes presentes em produtos de uso residencial, tais como metais, hidrocarbonetos e compostos orgânicos persistentes.1 A grande concentração populacional na zona costeira, aliada à falta de infraestrutura para coleta, tratamento e disposição final de esgotos domésticos resulta no lançamento desses efluentes diretamente nos corpos d'água localizados na zona de transição continente-oceano, trazendo prejuízos para a qualidade da água e dos sedimentos, com reflexos sobre a saúde humana.
2As bactérias do grupo dos coliformes são indicadores tradicionais da contaminação fecal, sendo largamente utilizadas para atestar condições de balneabilidade dos corpos d'água. 3,4 No entanto, para acompanhar a dispersão espacial e o acúmulo de esgotos domésticos na zona costeira, é necessário considerar um indicador que tenha maior persistência no meio do que a apresentada pelos indicadores biológicos. Uma das melhores alternativas para contornar esse problema é o uso de moléculas específicas, conhecidas genericamente como marcadores moleculares antropogênicos. 5,6 Neste sentido, o coprostanol (5β-colestan-3β-ol), um esterol de origem fecal produzido no intestino de animais de sangue quente e que representa até 60% dos esterois fecais em humanos, 7 tem sido largamente utilizado como indicador da contaminação fecal já desde a década de 1960. 6 No Brasil, os estudos que usam coprostanol e outros esterois fecais na avaliação da contaminação fecal em áreas costeiras são ainda relativamente recentes, sendo a grande maioria deles relativos às regiões sul-sudeste do país. [8][9][10][11][12][13][14][15] No geral, esses trabalhos confirmam a aplicabilidade do coprostanol como indicador fecal em regiões tropicais. Por outro lado, sugerem que a geoquímica dos esterois fecais pode ser afetada pela elevada atividade microbiana em altas temperaturas e, desta forma, os índices de contaminação fecal definidos para regiões temperadas 6,16 devem ser aplicados com cautela em regiões tropicais.No presente trabalho, os esterois coprostanol, colesterol, colestanol e dinosterol foram considerados em testemu...