A imigração dos povos germânicos para o Brasil remonta ao período imperial e, durante a II Guerra Mundial, essa comunidade sofreu com as medidas nacionalistas implementadas pelo governo varguista. A par disso, este trabalho pretende refletir sobre as formas de silenciamento e de repressão sofridas pela língua alemã no âmbito da execução da campanha de nacionalização da Era Vargas. O presente estudo está ancorado nos aportes teóricos do campo da História Social Linguística do Brasil (Mattos e Silva, 1998). A discussão focaliza o Decreto-Lei n.º 406/1938 e a política de repressão às línguas de imigração, cotejando com as narrativas registradas no documentário Proibido falar alemão, sobretudo quanto ao impacto da intervenção do Estado e suas consequências. Os resultados desse estudo apontam que o governo varguista, fazendo uso do nacionalismo, populismo e autoritarismo vigentes na década de 1930, promoveu uma política de repressão linguística, caracterizada pela proibição de uso das línguas de imigração e, em particular, da língua alemã. Entre as medidas tomadas pelo Governo, estavam a proibição do falar alemão em locais públicos e privados, apreensão dos livros didáticos e interferência nas práticas pedagógicas nas escolas alemãs, controle sobre a produção jornalística, além da grande perseguição em diversos outros contextos sociais.