Introdução: A coinfecção por sífilis e HIV/Aids é amplamente diagnosticada no Brasil pois, além do compartilhamento dos fatores de risco entre as doenças, as lesões da sífilis primária amplificam as chances de disseminação do HIV/Aids. As variáveis clínicas, laboratoriais e epidemiológicas da coinfecção podem modificar-se ao longo do tempo e devem ser periodicamente reavaliadas. Objetivo: Descrever as características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas de pacientes com coinfecção de sífilis e HIV/Aids em um hospital no Recife, no período entre 2015 e 2020. Material e Métodos: Este foi um estudo transversal, retrospectivo, realizado por meio de questionário produzido pelos próprios pesquisadores, associando as variáveis clínicas, epidemiológicas, laboratoriais e terapêuticas relacionadas a sífilis em pessoas vivendo com HIV/Aids. Resultados: Foram incluídos 171 pacientes com idade média de 34,2 ± 11 anos, sendo 57,9% (99) do sexo masculino. Houve predomínio de homens pardos ou negros (p=0,017), solteiros, ou sem união estável (p<0,001), bissexuais ou homossexuais (p<0,001), que não realizam o uso de drogas ilícitas (p=0,026) e que realizam sexo anal (p<0,001). Entre as mulheres, predomínio de mulheres não empregadas (p<0,001) com renda inferior à linha de pobreza (p=0,032). O estágio clínico da sífilis em pacientes com HIV/Aids mais frequentemente diagnosticados foi a sífilis latente. Conclusão: Houve predomínio de pacientes com características sociodemográficas específicas, demonstrando um perfil de vulnerabilidade em homens homossexuais e bissexuais, e pardos, que não realizam uso de drogas ilícitas, e que realizam sexo anal. Entre as mulheres, houve predomínio de não empregadas e que vivem com uma renda inferior à linha da pobreza. O estágio clínico da sífilis mais frequentemente diagnosticado foi a sífilis latente.
Palavras-chave (DeCS): sífilis; coinfecção; HIV; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida.