“…Esses paradigmas também me habitam e, optar por construir uma tese, faz-se ato de resistir, produzindo investigações capazes de compreender essa prática de cuidado a partir do campo de desenvolvimento das subjetividades, essas, irredutíveis a fórmulas universais, mas atravessadas por uma cultura, um tempo histórico. De acordo com Passos 29 , o movimento de reforma psiquiátrica também não escapa aos atravessamentos imputados pelo racismo estrutural e pelo colonialismo que sustentam a formação social brasileira. A autora nos alerta que esses movimentos, responsáveis em grande parte pelos avanços no campo técnico, ético e político na atenção psicossocial, ainda olham pouco para os saberes dos povos negros, indígenas, periféricos e ressaltam concepções eurocêntricas sobre as tecnologias de cuidado em saúde mental (especialmente os modelos italianos e franceses).…”