“…Em um dos artigos analisados neste levantamento, sobre o filme brasileiro A casa assassinada (1972), Bessa (2017) afirma que a leitura que Moreno faz do personagem Timóteo é datada, pelo fato de considerar a construção do/a personagem caricatural e estereotipada. Em um caminho diverso, porém na mesma esteira da resenha de Góis (2002), Bessa diz que Moreno perde a oportunidade, ao confundir sexualidade e gênero, de analisar a construção de Timóteo enquanto uma "verdadeira desconstrução dos estereótipos e uma complexificação tensa da relação entre transgredir as normas de gênero e, ao mesmo tempo, viver uma sexualidade fora da heteronormatividade" (BESSA, 2017, p. 303). Para a autora, o personagem revela aspectos subjetivos de uma identidade de gênero ainda pouco visível no cinema em geral e, particularmente, no cinema brasileiro: "o cruzamento da fronteira de gênero, ou seja, a transgeneridade" (BESSA, 2017, p. 303).…”