“…Sobre isso, confirma Zirión (2009), remetendo às passagens descritas por Husserl (2012, p. 339) em que, tal como na nossa tradução em português europeu, diz que as relações estabelecidas entre conteúdos sensíveis de sentimentos sensíveis com as sensações da esfera perceptiva seriam "puramente representacionais", ou, ainda, quando o autor indica, em nota de rodapé4, a respeito do acontecimento triste que aparece "revestido com as cores da tristeza", que estas cores são "subjetivas". Com este adjetivo, segundo Zirión (200 9, p. 145), busca-se indicar que as cores ou quaisquer tonalidades -conferidas aos objetos intencionais pelos atos de sentimento, por meio da sua apreensão irradiadora dos sentimentos sensíveis (Quepons, 2014a), caracterizada como o processo constitutivo do fenômeno denominado como "resplendor" -, "não estão aí para todos, no sentido de que não são comuns"; antes elas "estão aí para cada um individualmente", diferentemente e de maneira mais vaga d o que a plenitude sensível das sensações da esfera presentativa, isto é, aquelas sensações apreendidas pelos atos perceptivos, "pois estas dão lugar a referências reais", não somente representacionais, dado que permitem "uma atribuição e uma conseguinte comprovação e entendimento inter subjetivos", tendo em vista que "as cores, as texturas das coisas", enquanto sensações sensoriais ou presentativas ou empíricas, "estão aí para todos; todas as qualidades sensíveis [dessa ordem empírica] são objetivas no sentido de intersubjetivas, captáveis para quem tenha os sentidos requeridos" (Zirión, 2009, p. 145 (Quepons, 2015d(Quepons, , 2016a(Quepons, , 2016b. Temos também que o tema dos estados de ânimo aparece implicitamente já no contexto das análises sobre a intencionalidade dos sentimentos em Investigações Lógicas e também em alguns manuscritos escritos anteriormente à data de publicação dessa obra inaugural da fenomenologia, no contexto da sua discussão a respeito da distinção dos atos psíquicos e estados, em que Husserl apresenta alguns dos traços gerais que estariam em acordo com sua descrição posterior efetivada ao longo de sua obra sobre a vivência afetiva peculiar do estado de ânimo (Quepons, 2013b(Quepons, , 2015d(Quepons, , 2016a(Quepons, , 2016b.…”