Introdução: as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde são tidas como um importante agravo à saúde, por resultar em alta mortalidade, prolongamento da hospitalização, aumento do custo da assistência e favorecimento da seleção e disseminação de micro-organismos multirresistentes. Objetivo: descrever o perfil de resistência microbiana das infecções relacionadas à assistência à saúde de um hospital de doenças infectocontagiosas de uma capital do nordeste brasileiro. Métodos: estudo observacional descritivo, quantitativo e retrospectivo. Pesquisa realizada por meio de coleta de dados no setor de comissão de controle de infecção hospitalar nas fichas de notificações, exames de cultura e teste de sensibilidade antimicrobiana dos pacientes que foram internados nos anos de 2018 e 2019 e desenvolveram infecção durante o período de internação. Resultados: foram analisadas 52 fichas de notificações de infecções relacionadas à assistência à saúde. Identificaram-se seis sítios de infecção: pulmão (26,0), trato urinário (13,0), tegumento (6,0), traqueia (3,0), intra-abdominal (2,0) e sangue (2,0); com destaque para o sistema respiratório: infecções pulmonares foram observadas em 50,0% dos indivíduos. Em nossa pesquisa a maior frequência de resistência observada nas enfermarias foi ceftriaxona (11,0/84,6%), seguida de sulfazotrim (5,0/83,3%) e ampicilina com sulbactam (8,0/80,0%). Enquanto na Unidade de Terapia Intensiva, o maior perfil de resistência foi sulfazotrim (4,0/100%), seguido da ampicilina com sulbactam (9,0/90,0%), piperacilina com tazabactam sódico (9,0/75,0%). Conclusão: os dados obtidos mostram elevada frequência de multirresistência principalmente em bactérias Gram-negativas: Pseudomonas aeruginosa (8,0), seguido de Acinetobacter baumannii (7,0), e da Escherichia gergoviae (5,0).